A mensagem principal do primeiro dia de SXSW é tecnologia a serviço da humanização. Em diversos momentos diferentes, os maiores autores de inovação, empreendedores e executivos reforçaram a mensagem do papel e poder humano em relação à tecnologia. Na trilha de futuro da força de trabalho, a humanização se destacou pelas discussões de diversidade e inclusão que vão além do óbvio. Ao abordar o acesso de pessoas com necessidades especiais, um importante fator deveria ser pararmos de olhar as tecnologias como criadoras de “consertos” e sim como habilitadoras de potenciais para que estas próprias pessoas se sintam confortáveis em alcançá-los.
Nosso foco não deveria estar em desenvolver e normalizar pessoas e sim em co-criarmos valor e ideias a partir da diversidade de visões de mundo, percepções e características. As pessoas-alvo precisam ser parte da construção das soluções e não apenas usuárias de algo pensado por outros para elas. As organizações do futuro precisam ser human centric designed. Já não existe mais uma organização desenhar papéis e responsabilidades específicos e muito menos comportamentos esperados de seres humanos. A flexibilidade, co-construção e escuta ativa passam a ter papéis cada vez mais relevantes. Falando nisso, a escolha entre as novas formas de trabalhar, com remoto, híbrido e presencial estarão cada vez mais nas mãos dos funcionários, e não da empresa. A empresa estará a serviço das escolhas e preferências de seus colaboradores.
Outra palestra que trouxe a humanização no design foi a Disney, que abordou seu storytelling centrado em encantar e gerar memórias afetivas em seus clientes e em como as novas tecnologias têm habilitado essa entrega de valor. Foram demonstradas soluções como robótica e hologramas em níveis marcantes de qualidade, encantando toda a plateia.
Problemas relevantes, além da inclusão, foram debatidos como a agricultura na África. O país ainda não é autossustentável em alimentos e possui potencial de alimentar todo o mundo. Startups de rastreamento e monitoramento de equipamentos, de conexão entre fazendeiros e maquinários e até mesmo de educação têm se destacado na resolução destes problemas, mas necessitam de apoio, tração e mais investimentos para a escala.
Questões intergeracionais foram tema da casa Dell de experiências, abordando o novo normal do trabalho e o valor que novas gerações dão à autonomia, experiências e propósito. Culturas de comando e controle não terão mais atratividade para as novas gerações. Tratar adultos como adultos nunca foi tão relevante.
Fundador da Open aI, Greg Brockman veio quebrar a crença de que a inteligência artificial serve para automatizar o trabalho físico. Segundo ele, grande parte do trabalho memorável que a AI vem desenvolvendo é relacionado à atuação cognitiva, como a resolução de problemas e à composição de músicas e poemas. Porém, ainda estamos distantes de automatizar um ser humano inteiro ou um trabalho inteiro. De toda forma, precisamos como humanidade compreender quais são os ambientes de maior geração de valor do AI e integrá-los na sociedade para redefinir o papel dos humanos. Certamente o futuro será ainda mais interessante e transformacional para a AI generativa.
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