Web Summit 2022: segurança importa
As iniciativas em tecnologia que permitem rastrear transações de criptomoedas
LISBOA – Hoje a chegada ao Web Summit nos deu um susto – filas enormes faziam com que os participantes levassem quase uma hora pra entrar. Nossa primeira reação (estou aqui com um grupo de amigos) foi de raiva. Perderíamos as duas primeiras palestras do evento, provavelmente, na fila – e bastava o festival aumentar a quantidade de entradas (o que espero que seja feito pro próximo ano) pra resolver o problema.
Apesar da frustração, não é difícil entender e me solidarizar com a direção do evento: fazer um festival pra 71 mil pessoas (71.033, para ser exata) na Europa é uma tarefa de enorme responsabilidade. Requer, por exemplo, a revista das mochilas e bolsas de todos os participantes, e o impedimento de entrar com malas. Imaginem que o festival tem “chapelarias” do lado de fora, que podem ser usadas pra guardar malas e grandes equipamentos.
E essa questão dos sacrifícios que fazemos em prol da segurança é a introdução perfeita pro meu primeiro tema do dia de hoje: crypto-segurança.
Sim, isso já existe. Conheci hoje uma empresa chamada Chainalysis, que ao longo da ultima década desenvolveu uma metodologia que a permite “seguir o dinheiro” na forma de criptomoeda e entender para que ele está sendo usado. Isso é especialmente útil para combater hacks que tem como objetivo se apropriar da criptomoeda alheia, mas também uma ferramenta importante de combate à lavagem de dinheiro e ao crime.
Aprendi com Michael Gronager (imagem no topo, ao centro) que países como a Coreia do Norte empregam o que ele chama de “state hackers” : eles são experts em levantar dinheiro via criptomoeda para pagar por coisas como armas, tecnologia nuclear, e por aí vai. Ele contou que neste ano houve um hack de 600 milhões de dólares que a Chainalysis conseguiu rastrear – e que quando os hackers foram lavar os primeiros 10% do dinheiro, ele foi capturado de volta e devolvido aos proprietários.
Não é a toa que negócios como a Ledger, empresa de “cold storage” para cripto e NFTs, tem sido uma das apostas de investimento mencionadas pelo Scott Galoway no último ano.
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