Web Summit 2022: uma nova geração de mulheres superpoderosas
Uma Primeira-Dama e uma Rainha que fogem dos estereótipos
LISBOA – Quem esteve aqui na Altice Arena, durante o Web Summit, ontem à noite ou hoje de manhã se surpreendeu com uma prmeira-dama e uma Rainha que em nada condizem com o estereótipo que conhecemos para estes papéis. E foi provocado por elas a ser um ser humano melhor.
Primeiro foi Olena Zelenska, primeira-dama da Ucrânia (imagem acima), que nos arrancou do lugar e nos emocionou fazendo um chamado para que a industria da tecnologia deixe de se permitir ser usada para alimentar a guerra, o terror e a corrida armamentista e volte a trabalhar para melhorar o mundo (essa crítica à mercantilização da tecnologia acontece já há algum tempo, não só aqui mas tb no SXSW).
Olena fez uma palestra que levou as 12 mil pessoas sentadas na Arena às lágrimas. Ela mostrou a devastação no país, que ainda sofre com as ofensivas russas, agora direcionadas à infraestrutura do país e às suas escolas. Contou como a guerra é cada vez mais automatizada através dos drones e como os russos os utilizam para impactar a maior quantidade possível de ucranianos vivos.
Pediu à comunidade que está no evento que se engaje em projetos de recuperação da Ucrânia e no acolhimento de refugiados em nível global, começando por prover empregos.
Uma oradora por natureza, ela demonstrou na prática que a estratégia ucraniana de usar os meios e espaços de comunicação em favor próprio é uma das maiores chances de a Ucrânia sobreviver à guerra.
E hoje Rania Al-Abdullah, Rainha da Jordânia, veio ao palco nos lembrar de não deixar a tecnologia ditar tanto o rumo das nossas vidas. Rania nos lembrou de que estamos cada vez mais reféns da tecnologia. Entre a polarização gerada pelos algoritmos e a conveniência das decisões tomadas pelas inteligências artificiais, estamos esquecendo que o principal papel da tecnologia é nos fazer humanos melhores.
Rania trouxe quatro sugestões pra gente mudar o foco e o lugar da tecnologia nas nossas vidas. São elas
- Mobilizar compaixão sem discriminação
- Construir uma verdade compartilhada (Maria Ressa, jornalista filipina que ganhou um Nobel, falou disso neste ano no SXSW) ao invés de múltiplas verdades polarizadas
- Retomar nossa agência humana e decidir, ao invés de delegar a decisão para um AI qualquer
- Investir nosso tempo nas relações com as pessoas importantes pra nós.
Uma premissa costura todas as recomendações dela – explorar pontos de vista divergentes e expandir sua zona de conforto a todo tempo. Lisa Jackson, da Apple, resumiu lindamente na noite de ontem:
“A empatia é a mãe da esperança”.
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