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Web Summit 2022: Lisboa, a cidade que fez o impossível acontecer
Como a capital portuguesa usa seu ecossistema de startups para viabilizar o que antes era inviável
Um inicio emocionante e inspirador. Foi isso que o Web Summit entregou a quem esperou quase duas horas de atraso pelo início do evento aqui em Lisboa.
O atraso foi por um problema técnico. E se existe problema técnico no Web Summit, qualquer “tech glitch” na nossa vida torna-se imediatamente aceitável, não é mesmo? Paddy Cosgrove, fundador do evento, veio ao palco se desculpar e prometeu a quem ainda estava na arena que a espera valeria a pena. E querem saber? Valeu mesmo.
O primeiro discurso foi do prefeito de Lisboa, Carlos Moedas (na imagem acima). Ele apresentou a “Unicorn Factory”, iniciativa que compõe um conjunto de medidas em vigor já ha alguns anos para avivar o ecossistema de venture capital português e transformar Lisboa numa das capitais de empreendedorismo e tech da Europa. A iniciativa é incrível e inovadora, e vai anualmente selecionar 20 startups para serem mentoradas por executivos de Big Techs e incubadoras. E ainda mais incrível do que conhecer a iniciativa foi saber que o processo para ele chegar lá não foi um caminho reto.
Moedas contou que no início sofreu com a descrença do empresariado e dos políticos locais, e trouxe o primeiro grande insight pra quem estava na platéia através de um conselho – “Cerque-se de quem não sabe que é impossível (e portanto, faz acontecer).”
Para contar esta história, ele fez um paralelo com o projeto de um suíço chamado Bertrand Piccard, que foi o primeiro a dar a volta ao mundo em um dirigível elétrico, o Breitling Orbiter 3. Bertrand também foi desacreditado pela comunidade de engenharia aeronáutica quando quis executar sua visão de um dirigível elétrico. Quem o ajudou foi um amigo construtor de barcos, que conseguiu fazer uma estrutura levíssima para a aeronave e viabilizou o projeto – nas palavras de Moedas, porque ele não sabia que era impossível.
Depois, Antonio Costa, ministro da economia português, trouxe mais uma série de iniciativas que certamente vão colocar Lisboa no mapa das tech capitals globais. Pacotes de incentivos, infraestrutura, vale tudo pra trazer as startups do mundo todo pra cá.
O mais bonito, no final, foi ver que os resultados de quem persevera aparecem – Lisboa hoje é uma capital que fez o impossível acontecer. A cidade já usa todo esse ecossistema de startups para viabilizar o que antes era inviável, como prover planos de saúde e transporte gratuito a todos os cidadãos com mais de 65 anos.
Uma bela lição pra gente e pro nosso país, não é mesmo?
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