Grupo critica falta de diversidade de entrevistados pelo Estado de São Paulo para tratar do futuro da publicidade

A startup de impacto social MORE GRLS divulgou nesta quarta-feira (19) uma carta aberta que critica o jornal O Estado de São Paulo por um especial sobre o futuro da publicidade. Publicado na última segunda-feira (17) dentro do caderno de mídia e marketing, a publicação abordou o tema dos rumos da indústria em 2022 e da importância da diversidade nas agências apenas entrevistando lideranças masculinas e brancas.

A matéria obviamente pegou mal no meio, sobretudo pelo destaque amplo à ESG como pilar crucial para o sucesso de marcas e agências neste novo ano – para tratar do assunto, inclusive, o jornal entrevistou o presidente da DPZ&T, Benjamin Yung.

Na carta publicada no Medium, a MORE GRLS define o material como “uma ofensa a todas as mulheres que estão sentadas na cadeira de CEO e nas cadeiras de C-level” das agências e empresas. O grupo ainda cita pesquisas que apontam que apenas 26% dos cargos criativos das agências nacionais são ocupadas por mulheres, além de apenas 25% estarem em posições de liderança e 2% na alta liderança, dados que mostram a importância do impulsionamento da diversidade e da valorização desses executivo.

“Tal decisão não pode ser considerada apenas uma consequência natural de um mercado onde a representatividade feminina ainda é baixa na alta liderança, nem um problema decorrente da dificuldade de encontrar mulheres ou de algum tipo de recorte adotado pelo jornalista responsável”, escreve a startup no documento; “A publicação desse artigo é um alerta sobre o quanto estamos distantes da compreensão do real significado do Social no ESG”.

Além da crítica ao jornal, a MORE GRLS também organizou uma mobilização para reunir numa lista nomes de mulheres que trabalham em cargos de liderança em diferentes frentes. Mais de 130 executivas já assinaram o documento, com nomes, cargos e contatos destacados – confira aqui a lista.