Algoritmo do Instagram facilita contato de jovens com drogas, aponta estudo
Políticas severas da empresa contra o tema não são suficiente para evitar que contas infantis entrem em contato com negociantes da área pelo app
O Tech Transparency Project divulgou na última terça-feira (7) um novo relatório que aponta que o Instagram facilita o acesso do público jovem à venda de drogas. A pesquisa ainda indica que os algoritmos da plataforma ajudam no processo de conectar menores de idade com traficantes, bem como as hashtags relacionadas às substâncias.
O documento mostra que o TTP criou sete contas falsas para usuários nas idades de 13, 14, 15 e 17 anos e buscou conteúdos relacionados a itens como Xanax, Ecstasy e opioides. Ao invés de qualquer controle, o Instagram chegou a oferecer sugestões de buscas relacionadas, incluindo completar termos como “buyxanax” na aba de exploração e sugerir um vendedor da droga para um dos perfis – e quando essa seguiu a conta do negociante, ela recebeu uma DM com o “menu completo” de ofertas. Ainda houve um caso em que um dos perfis criados recebeu sugestão de seguir um vendedor ilícito de remédios que incluía Adderall no seu catálogo de produtos.
Enquanto o Instagram conta com políticas de segurança bastante restritas sobre o tema, a questão levantada pelo estudo é que as mesmas não parecem estar funcionando dentro do ecossistema complexo da rede social. Um exemplo do estudo é que apesar de banir a hashtag “mdma” a plataforma chegou a sugerir termos relacionados a uma das contas dos pesquisadores, como “#mollymdma”.
Por meio de um porta-voz, a companhia já se pronunciou sobre o estudo do TTP declarando à NBC News que proíbe venda de drogas e “deve continuar a melhorar na área em meio aos esforços de manter o Instagram seguro, particularmente para os membros mais jovens da comunidade”, mas é claro que o documento vira mais lenha ao atual escrutínio do aplicativo na opinião pública por seus efeitos em adolescentes. As pesquisas internas divulgadas por Frances Haugen no começo do semestre seguem alimentando preocupação em todas as partes, com a companhia anunciando ferramentas de controle parental e o CEO Adam Mosseri sendo convocado a prestar depoimento no congresso norte-americano nesta quarta-feira (8) em uma seção batizada de “Protegendo crianças online: Instagram e reformas para usuários jovens”.
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