Responsável por vazar documentos da empresa, Frances Haugen vai se reunir com comitê de supervisão do Facebook
Grupo busca coletar mais informações sobre manobras da rede social para evitar que contas de grande alcance fossem punidas por quebrar regras da comunidade
O Comitê de Supervisão do Facebook divulgou nesta segunda-feira (11) que vai se reunir com Frances Haugen, ex-funcionária da companhia que foi responsável pelos vazamentos de documentos internos e denunciou as problemáticas relações da rede social com temas como segurança e discursos de ódio. O encontro de membros do grupo com Haugen se dá por seus comentários sobre a existência de um sistema criado pela empresa para evitar que o órgão avalie quebras de regras da plataforma por conta de alto alcance, incluindo celebridades, políticos e atletas.
No anúncio, o grupo escreve que o encontro deve acontecer em algum momento das próximas semanas e que “aprecia a chance de discutir as experiências da senhora Haugen e coletar informações que possam exigir maior transparência e responsabilidade ao Facebook por meio de nossas decisões e recomendações”. Já Haugen confirmou no Twitter o convite e que irá se reunir com o comitê, voltando a afirmar que a companhia “mentiu repetidamente” para o órgão que criou para manter suas próprias ações sob controle.
A notícia acontece em um cenário de tensão crescente, conforme o comitê pressiona ativamente o Facebook sobre o sistema batizado de “Cross check” que Haugen denunciou ao senado norte-americano. Embora a companhia tenha dito no passado que promovia um escrutínio maior sob contas populares, os documentos fornecidos pela ex-funcionária apresentam um cenário radicalmente diferente, com o Facebook movendo montanhas para não avaliar as quebras de diretrizes promovidas por estes perfis.
O mais interessante é que esse posicionamento da empresa foi item do caso mais relevante do comitê de supervisão até o momento: Donald Trump. Quando optou por manter o banimento do ex-presidente norte-americano em maio, o órgão chegou a denotar ao Facebook que “nem sempre é útil criar uma distinção entre líderes políticos e outros usuários influentes” e pediu que a plataforma agisse tão rápido no controle de ações de perfis relevantes quanto o faz com contas menores.
O Facebook até o momento não deu qualquer declaração oficial à imprensa sobre a reunião.
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