Netflix confirma aquisição da obra de Roald Dahl, autor de “Matilda” e “A Fantástica Fábrica de Chocolate”
Compra da organização responsável pelo legado do autor deve fomentar catálogo do serviço de streaming e fortalecer receita da empresa com renda dos royalties
Depois da Bloomberg reportar as negociações no fim da tarde da última terça-feira (21), a Netflix confirmou no início desta quarta (22) que fechou acordo para adquirir os livros de Roald Dahl, celebrado autor responsável por obras como “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, “James e o Pêssego Gigante” e “O Fantástico Sr. Raposo”. A companhia também diz que a aquisição é o maior negócio de sua história na área de conteúdo, mas não divulgou valores oficiais da transação.
De acordo com o The Guardian, o acordo feito para compra da Roald Dahl Story Company (RDSC) é diferente do firmado em 2018, concebido para a realização de uma animação em cima de 16 títulos do escritor, que já havia sido expandido para incluir uma série inspirada em “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e uma adaptação do musical de “Matilda”. A Netflix agora diz ter um projeto “ambicioso” para a criação de um “universo” de produções animadas e live-action inspiradas nos livros, incluindo séries, filmes, experiências imersivas e até teatro e jogos.
Em mensagem aos funcionários, o diretor da RDSC e neto de Dahl, Luke Kelly, ainda comentou que a companhia acredita que “ser parte de uma companhia maior nos dará apoio adicional para continuar a missão” de compartilhar as mensagens de esperança e de poder da possibilidade das histórias do escritor. Kelly ainda confirma que uma parte substancial dos lucros da venda serão usados para estabelecer um fundo de caridade para apoio de organizações beneficentes voltadas a áreas como saúde infantil e contra o preconceito e o racismo.
Na prática, tudo isso significa que a empresa responsável pelo legado de Dahl agora é mais uma divisão da Netflix, com a empresa prevista para receber os royalties de tudo que é lucrado em cima das obras do autor. Não é a primeira vez que a companhia faz uma manobra dessas – em 2017 ela comprou a Millarworld, por exemplo – mas a escala com certeza é inédita: os livros de Dahl já foram traduzidos para mais de 63 línguas e venderam 300 milhões de cópias ao redor do mundo, atualmente carregando a marca de um livro vendido a cada 2,6 segundos.
Além disso, é claro que há a questão do licenciamento e das possibilidades da Netflix para fortalecer seu catálogo de conteúdo em cima de adaptações das obras – e neste ponto a venda da RDSC não difere muito da ida da MGM para a Amazon. O curioso é ver que agora o serviço de streaming se beneficia do sucesso de terceiros, como o filme prelúdio de Willy Wonka com Timothy Chalamet que a Warner Bros. prepara no momento.
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