Redes de cinemas nos EUA vão acatar ordens de cidades que exigirem provas de vacinação de seus clientes
Enquanto Nova York já anunciou planos e Los Angeles considera medida similar, presidente de associação afirma que vacinação precisa avançar "Para que a indústria de exibição se recupere por completo"
Os Estados Unidos no momento vive uma nova crise de disseminação do coronavírus graças às dificuldades crescentes de completar a vacinação em sua população e ao aumento de casos relacionados à variante delta, e depois de todo tipo de ação de incentivo os estados e cidades começaram a apelar para manobras mais rígidas contra o negacionismo. A medida de endurecimento mais rígida até aqui veio da cidade de Nova York, que no último dia 3 de agosto confirmou que só pessoas que comprovarem a sua vacinação poderão realizar atividades em espaços fechados na metrópole.
A ordem emitida pelo prefeito Bill de Blasio obviamente coloca em cheque todo tipo de negócio, que da noite pro dia se encontra numa posição entre respeitar ou desrespeitar a lei, mas a ação da cidade a princípio parece ser bem aceita por todas as partes – incluindo cinemas. Ao The Hollywood Reporter, o presidente da Associação Nacional de Redes de Cinema (NATO), John Fithian, confirmou que a organização não irá se posicionar contra ou contestar a obrigação da prova de vacinação, mesmo o circuito ainda passando por uma lenta recuperação por conta da pandemia.
“Para que a indústria de exibição se recupere por completo, nós precisamos que mais pessoas sejam vacinadas. É ciência pura” declara o executivo ao veículo, ao qual também comenta que a associação vai se manter firme na resolução mesmo que isso signifique uma queda temporária na arrecadação. “Não me entenda mal, a gente vai perder alguma porcentagem da venda de ingressos no curto prazo. Trabalhar a implementação e como vamos lidar com o lado econômico da coisa são desafios, mas nós não vamos nos opor, porque as pessoas precisam se vacinar” diz Fithian.
Enquanto as falas do presidente da NATO soam como o esperado dado a tendência crescente do cenário – além de Nova York, a cidade de Los Angeles também já confirmou estar considerando uma medida similar – a manobra pode ser um remédio de gosto inicialmente amargo. Enquanto a nova crescente de casos de Covid-19 já afeta as bilheterias do país, com o grande lançamento da semana passada ficando abaixo das expectativas (“O Esquadrão Suicida”, que fez US$ 26 milhões), pesquisas conduzidas pela National Research Group apontam que o conforto do público norte-americano para ir ao cinema foi de 81% em julho para 67% na última segunda. A situação aponta uma queda ainda maior enquanto a situação não estiver sob controle, e com os cinemas passando a exigir a comprovação de imunização é bem possível que o público minguante fique ainda menor.
Ainda assim, tudo mora no longo prazo. Enquanto a NATO confirma que irá trabalhar com a prefeitura de Nova York para estabelecer regras comuns a todos os estabelecimentos (como exceções a menores de 12 anos), estúdios também declaram ao THR que acreditam que a exigência é um passo positivo para garantir que os números pré-pandêmicos retornem de vez a suas planilhas – e vale lembrar que a cidade junto de Los Angeles é um dos polos de bilheteria do país.
A expectativa é que mais cidades, estados e países sigam a ideia nas próximas semanas, se espelhando no exemplo da França que se tornou a primeira nação a implementar a exigência de vacina para atividades indoor. Depois de quase um ano e meio, a ideia de que o mundo só controlará a pandemia a partir do coletivo parece enfim deixar de ser um slogan de campanha para se tornar um plano de ação.
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