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Com ciência, Seu Jorge e Mel Lisboa, podcast Paciente 63 quer levar público a ir mais fundo na viagem no tempo

Conversamos com o criador Julio Rojas sobre a versão nacional do podcast chileno que ganhou o mundo ao levar para o áudio a teoria dos universos múltiplos

por Pedro Strazza

Em tempos em que a pandemia vai e vem do noticiário na mesma intensidade que a esperança do mundo sobre a possibilidade de ver dias melhores, é um tanto surpreendente ver conceitos mais complexos da ficção-científica ganharem maior visibilidade entre o público e atingirem de vez a tal cultura pop. Isso inclui a ideia de múltiplas realidades, uma teoria clássica da física quântica que no último ano parece ter atingido de vez o audiovisual graças a produções como “Dark”, “Homem-Aranha no Aranhaverso” e – mais recentemente – “Loki”.

O mais interessante é ver como esse fenômeno não parte apenas de Hollywood, mas acha fenômenos em todas as frentes. Além da série alemã da Netflix, outro exemplo de hit recente envolvendo a existência de diversas linhas do tempo simultâneas foi Caso 63, uma áudio série chilena que repercutiu bastante no ano passado no continente latino-americano, a ponto de ser citada entre os grandes destaques digitais na retrospectiva de 2020 do New York Times.

O fenômeno se deve sobretudo à forma como se dá a narrativa do podcast criado e escrito por Julio Rojas, uma série de encontros entre uma psiquiatra e um misterioso paciente que a princípio só é identificado como o “caso 63” do título e diz vir de um futuro ainda mais apocalíptico que o presente. Os dez episódios duram menos de 15 minutos em média, mas o rumo das conversas mantém o ouvinte engajado sobre os desdobramentos da estranha história que envolve idas e vindas na cronologia da humanidade e da própria vida da doutora – ainda mais com reviravoltas tão inusitadas ao que a princípio é tratado apenas um caso médico simples.

Depois de tanto sucesso na língua espanhola (a ponto de ganhar um “derivado” com Borrado, outro conto baseado nos mesmos conceitos da série), o programa agora se prepara para chegar nesta quinta (22) ao público brasileiro. Rebatizado de Paciente 63 e com Seu Jorge e Mel Lisboa no elenco, a versão nacional do podcast busca proporcionar na língua portuguesa o mesmo impacto que o original teve no resto do continente durante o período mais crítico da pandemia, novamente como um original e exclusivo do Spotify.

A própria escolha dos dois atores denota o grau de investimento do serviço na tradução fiel do material aos brasileiros. “Esta áudio série consiste em um diálogo profundo entre os protagonistas, e reunir os dois gera uma combinação poderosa que imprime o tom intimista proposto pelo roteiro de Julio Rojas”, escreve o produtor de podcasts Rodrigo Vizeu ao B9; “Além do reconhecimento do público, o talento e a personalidade de cada um foi essencial para dar alma aos nossos protagonistas na adaptação para o público brasileiro”.

Aproveitando o momento de lançamento da adaptação, o B9 teve a oportunidade de conversar com Rojas sobre o processo de levar para um novo público sua história de ficção-científica, bem como discutir o estranho processo de criação de uma áudio série voltada para o futuro em um momento tão imediatista quanto o atual, preso às necessidades da pandemia. Você pode conferir o papo na íntegra abaixo.

Mel Lisboa nas gravações de Paciente 63 (Crédito: Bruno Poletti/Spotify)

Quais são os maiores cuidados que você tomou para adaptar o podcast do espanhol para o português? Houveram muitas alterações em relação ao material original?

Creio que é uma grande adaptação porque tomou a essência do relato original e a converteu de uma forma muito coerente. Estou muito surpreendido com o resultado, porque parece muito como se a tivesse escrito para o público brasileiro. É um trabalho muito bom de adaptação o que o Spotify e os estúdios fizeram, e Seu Jorge e Mel Lisboa estão incríveis. Estou muito contente.

Os episódios giram em torno das conversas dos dois protagonistas, e pelo menos nos primeiros episódios há praticamente nenhuma participação externa fora a aparição de uma enfermeira. Como manter o ouvinte imerso nessa experiência? Como você chegou a esse formato de narrativa?

Antes de ser roteirista eu era dentista, e passei muito tempo trabalhando em salas de emergência. Uma noite, chegou um paciente com um delírio que dizia que ele vinha do fim do mundo, e eu tive que conversar com ele por um tempo. Sua história era tão perfeita que eu podia jurar que ele estava dizendo a verdade, e desde então sempre pensava “em algum momento eu preciso contar essa história”. Então tudo que está no roteiro é dito no programa por meio de uma linguagem real, técnica e médica, e por isso sinto que ela soa mais realista.

Os episódios seguem uma duração mais curta, com média de 15 minutos e alguns beirando até os 10. Como você se decidiu por esse formato, ao invés de expandir esses encontros para durações maiores, como 30 ou 40 minutos?

Estamos acostumados a ver séries na TV e no streaming que tem uma duração específica, mas quando estamos ouvindo uma áudio série é preciso imaginar um universo, e os episódios podem chegar num ponto em que o ouvinte se distrai. Creio que a melhor quantidade de tempo seja dez a doze minutos, porque depois disso muitas coisas podem acontecer que te distraem, como olhar o celular ou alguém te chamar, e aí você perde o andamento da história. Doze minutos é perfeito. Obviamente alguns capítulos são maiores porque você tem que ir mais fundo na trama, mas para mim o ideal é essa duração, com um bom final que te mantenha interessado em continuar ouvindo ou mesmo seguir maratonando.

Então é uma série para se ouvir como uma maratona?

Sim, com certeza! Essa é uma série que está desenhada para ser maratonada, mas muita gente ouve os episódios 2 ou 3 vezes para descobrir conexões entre os capítulos – sem muitos spoilers, mas o sétimo e o oitavo episódios contam com elementos que te levam a voltar a escutá-los.

Quais foram as referências maiores na construção da história? Acho que tu citou ao El País a importância da teoria de múltiplos mundos de Hugh Everett, mas foi só a teoria quântica que o guiou neste processo?

Tratei de usar teorias reais ao invés de minha imaginação, incluindo aí a física quântica, mas também muitas que estão presentes nos filmes, e se você está vendo agora “Loki”, ela também trata de linhas do tempo e vórtexes, bem como o próprio “Vingadores”, que mostra como uma decisão tomada pelos heróis pode dividir o tempo. Mesmo antes disso, o próprio problema clássico de viagem no tempo, de ser impossível você viajar ao passado e matar seu avô porque aí você inviabiliza o próprio nascimento, tudo isso foi uma inspiração. Mas tudo isso se converte na teoria dos múltiplos mundos, que em Paciente 63 é a principal que sigo e mostra como há múltiplas linhas do tempo e que cada decisão abre uma nova linha do tempo e projeta um futuro diferente.

A pandemia foi uma parte fundamental na concepção da história, o que acho curioso dado que no momento vivemos uma época de muito imediatismo no raciocínio por conta das urgências geradas por ela. Como foi o processo de trabalhar com uma história de ficção-científica, um gênero de certa forma tão projetado no futuro, neste momento da história, tão presente?

Eu trabalhei por muito tempo com saúde pública, e dei muitas aulas a muitas classes sobre pandemias e vírus. Quando a pandemia do coronavírus aconteceu, eu estava trabalhando numa série sobre vírus! Eu li as primeiras reportagens de Wuhan sobre a doença com certo assombro em meu computador, pois em um dos roteiros que estava escrevendo para a série pensei “como será o futuro do vírus?”. Obviamente esse vírus vai continuar a mudar e tentar escapar da imunidade dos corpos, mas eu não sabia que isso ia enfim ocorrer. Eu gostaria de estar equivocado, mas cada vez mais há notícias de novas mutações (risos). Mas tudo que escrevi tem um pé na realidade, e no Paciente 63 não escrevi nada que poderia ser facilmente buscado ou investigado no Google, é tudo muito científico.

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