Her kiss. Her smile. Her perfume.
Existem muitos casos onde a assessoria de imprensa e a relações públicas trabalham muito mais do que a agência de publicidade. Ainda mais quando a referida agência torra 20 milhões de dólares do cliente para criar um único comercial.
Bom, mas com 20 milhões de dólares, quem precisa de agência não é mesmo? Vamos chamar logo um diretor “bam-bam-bam” de Hollywood, contratar atores famosos e “Oscarizados”, certamente será um investimento bem melhor.
Foi isso o que aconteceu com o novo comercial (ou filme, como preferem chamar os produtores) do lendário perfume Chanel Nº 5. É um caso onde o marketing é mais feito em cima da própria peça publicitária do que no produto em si.
A criatividade não precisa ser levada em conta, e sim a atmosfera onírica e fantasiosa em que o tal produto vai ser inserido. Você tem dúvidas de que funciona? Não precisa ter, funciona mesmo, e muito bem. Pois este é, provavelmente, o comercial mais comentado do ano e o mais caro da história.
O diretor Baz Luhrmann, de “Moulin Rouge”, convocou a multimilionária atriz Nicole Kidman e o brasileiro Rodrigo Santoro para fazerem um mini-filme de 2 minutos de duração, que conta a história de uma atriz que foge de fotógrafos em uma première e termina nos braços de um estranho escritor. Tudo embalado ao som da Orquestra Sinfônica de Sydney, que toca uma versão de “Clair De Lune” do compositor Claude Debussy.
E a moral da história? Dizer que o Chanel Nº 5 é inesquecível, assim como “seu beijo, seu sorriso, seu perfume”, como diz Santoro ao final.
O comercial, que tem ares de épico hollywoodiano, está estreando essa semana em vários países, inclusive no Brasil. Porém, a versão que está sendo exibida na TV é reduzida, já que o filme integral estará somente nos cinemas.
A única referência óbvia ao perfume em todo o filme está somente na jóia que aparece nas costas de Nicole Kidman. Mas com toda a repercussão gerada antes mesmo da estréia do comercial, não seria preciso mais nada para causar o impacto desejado.
Como a dificuldade é a mãe da criatividade (e convenhamos, 20 milhões de dólares e Nicole Kidman a disposição não é dificuldade pra ninguém), do ponto de vista da idéia este filme não é nada que mereça nossa atenção. Mas quando vemos com olhos de marketeiros, enxergamos aí uma jogada de mestre.
Dizem que o cinema é uma fábrica de sonhos, assim como a propaganda também se tornou. O que dizer quando se juntam os dois? Uma prova irrefutável de que, como muito já discutimos por aqui, a publicidade não serve para vender coisa alguma, e sim para criar desejo, fetiche, vontade. Fatores esses que regem a existência desse comercial. Nem que para isso seja preciso convocar estrelas Hollywodianas para uma ajudinha.
Enfim, assista ao “Nº 5” e veja como fazer um anúncio sem precisar de uma agência de publicidade. Clique aqui (botão direito – Salvar destino como…) para fazer o download da versão integral do filme em formato .MPG. O arquivo tem 9.42 MB.
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