Com adição de “Planeta do Tesouro”, Disney+ enfim completa catálogo de animações do estúdio no Brasil
Demorou apenas quatro meses para acontecer
Depois de quatro meses, o Disney+ nesta sexta (12) enfim vai disponibilizar no catálogo um filme que estava fazendo falta na sua “estratégia” de conteúdo na América Latina: “Planeta do Tesouro”, até então a única produção oficial do Walt Disney Animation Studios a não estar inclusa no serviço de streaming em terras brasileiras.
Confirmado desde o início de março, o filme foi um dos dois títulos das 59 animações do estúdio a se manter ausente desde o lançamento da plataforma no continente em novembro, mas era o único a estar nesta condição sem explicação maior. O outro, “Música, Maestro!”, atualmente parece estar na lista de títulos retirados de circulação do estúdio, conforme ele não está no catálogo global da Disney+ e teve sua última aparição no home video em um DVD lançado no começo dos anos 2000 – este por sua vez censurando o trecho inaugural, “The Martins and the Coys”, pelo que se supõe ser o uso de armas na trama.
O caso de “Planeta do Tesouro”, porém, não parece ligado às questões de legado do estúdio, que não apenas mantém o esquema do “cofre” intacto como vem tomando todas as precauções para evitar a perpetuação de estereótipos por meio de seus títulos, mas ao que aparenta ser um descuido da companhia para manter organizado seu catálogo fora dos EUA. Sinal disso são os quatro primeiros meses do streaming na América Latina, marcados por uma quantidade considerável de conteúdos do serviço sem legendas ou dublagem em português e espanhol (incluindo a estrela “Hamilton”), além de diversos títulos inéditos ou pertencentes ao portfólio do conglomerado que permanecem fora do serviço – o mais recente sendo o “The Muppet Show”, que chegou a ser anunciado no continente antes de ficar para depois por aqui.
Muitas destas questões podem ser ligadas a decorrências de eventos de terceiros, claro, incluindo negociação de direitos autorais, estratégias de conteúdo (debutada em outubro nos EUA e na Europa, a primeira temporada de “Os Eleitos” vem sido lançada nestas últimas semanas na América Latina, por exemplo) e aos preparativos para o debute do Star+ em junho. Mas enquanto o Disney+ segue batendo recordes no número de assinantes e se firmando como a principal aposta da companhia para o futuro, a falta de alinhamento em um item tão básico como o catálogo prejudica essa expansão – ainda mais em um continente onde a Disney torna o streaming como única fonte, vide a suspensão da distribuição de mídia física.
Neste sentido, a inclusão de “Planeta do Tesouro” é um começo para se corrigir estas questões, mas a ausência de transparência neste processo após tantas críticas não parece a melhor estratégia para o serviço. Até porque prejudica os números do serviço, que parece no momento focada na promoção dos principais títulos como “WandaVision” e “The Mandalorian”: sem um devido trabalho no catálogo, o que acontece quando o público se dar por satisfeito com estas produções senão o abandono da assinatura?
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