Facebook, Twitter e YouTube deletam vídeo de Donald Trump sobre invasão ao Capitólio dos EUA
Redes sociais justificam ação como emergencial e alegando que rompem com regras de conteúdo da plataforma; presidente ficará bloqueado do Twitter por 12 horas
Depois de todo o caos envolvendo a tentativa de golpe de estado por apoiadores de Donald Trump no Capitólio nesta quarta-feira (6), o Facebook, o Twitter e o YouTube deletaram o vídeo publicado pelo atual presidente dos Estados Unidos sobre o evento, no qual declarava amor pelos terroristas e renovava seu discurso mentiroso sobre as últimas eleições presidenciais do país.
Além do vídeo, o Twitter também deletou outro tuíte do executivo em que ele escrevia ao público para “lembrar para sempre do dia de hoje”, declarando apoio sobre a contestação da apuração dos votos – o Facebook também tomou a mesma medida sobre esta declaração em sua plataforma. Ambas as publicações já haviam sido marcadas como desinformação pela plataforma, com opções de curtidas e compartilhamento desabilitadas por “incitar a violência” – outros tuítes lançados no dia de hoje sobre o evento continuam com a marcação.
[ATUALIZAÇÃO: 21h17]O Twitter confirmou a remoção do vídeo e outros dois tuítes de Trump, alegando “repetidas e severas violações de nossas políticas de integridade cívica” como causa. Além disso, a plataforma também anunciou o bloqueio de 12 horas das contas do presidente e declara que a medida permanecerá caso as publicações não sejam voluntariamente retiradas pelo autor.
[FIM DA ATUALIZAÇÃO]
Em seu perfil no Twitter, o vice-presidente de integridade do Facebook Guy Rosen declara que a rede social agiu desta vez porque acredita que é uma “situação de emergência” e que o vídeo “contribui ao invés de diminuir o risco atual de violência” dos extremistas – leia na íntegra abaixo. Já o YouTube se pronunciou oficialmente sobre o caso comentando que o vídeo do presidente quebra as regras do site ao se portar como “conteúdo que alega uma fraude ampla ou erros que mudam o resultado das eleições dos EUA de 2020”. A ação corrobora anúncios feitos pela empresa em dezembro do ano passado.
O Twitter mais cedo comentou em uma de suas contas oficiais na plataforma que estava “reforçando suas políticas” contra posts que violassem regras referentes à incitação de violência, afim de “proteger de forma proativa a saúde da conversa pública” em torno da invasão do Capitólio. A empresa também chegou a declarar que estava “explorando outras formas escaladas de ação” na ocasião.
Tanto para o Facebook quanto para o Twitter, a remoção do vídeo e dos posts de Trump representa a primeira grande ação das plataformas sobre um conteúdo com desinformação, dado que até então ambas as companhias preferiam adotar uma posição de neutralidade sobre os discursos movimentados. O histórico de Trump nas redes, porém, já é encarado como problema desde as últimas eleições, quando tanto Twitter quanto Facebook optaram por limitar o alcance e taxar como mentira suas publicações alegando fraude na votação.
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