Na CCXP Worlds, irmãos Russos afirmam interesse de inovar na Netflix depois de “Vingadores: Ultimato”
Dupla fala sobre projetos como produtores e o interesse de colaborar com novos cineastas, além de lembrar do trabalho com Chadwick Boseman
Após um pequeno atraso, o painel da Collider com a presença dos diretores Anthony e Joe Russo começou no início da noite deste sábado, 5 de dezembro. Responsável por alguns dos mais bem sucedidos filmes do Marvel Studios, incluindo “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”, a dupla conversou bastante com o jornalista Steven Weintraub sobre seus próximos projetos, que tem sido muito focado na nova produtora AGBO – que inclui obras como “Resgate” (aquele mesmo, da Netflix protagonizado por Chris Hemsworth).
O papo só começou a esquentar mesmo, porém, quando a dupla começou a relembrar sua história recente no MCU, até porque um dos temas inevitáveis foi a ligação dos diretores com Chadwick Boseman, ator que foi o rosto do herói Pantera Negra e faleceu recentemente após enfrentar um câncer. “Ele realmente entendia o cinema, ele entendia a narrativa. O que ele fazia e como fazia era muito corajoso e preservava sua integridade. Ele sabia que estava vivendo um momento histórico, e eu acho que ele não queria que a doença virasse parte da história. Ele queria que a história continuasse sendo sobre os personagens negros. E isso é uma das coisas mais corajosas que a gente já viu”, comentou um dos irmãos sobre a importância de Boseman.
“Os atores com quem trabalhamos nos filmes da Marvel eram realmente mestres em seus ofícios, dominavam cada parte do trabalho como poucos, eram todos muito focados e diferenciados. Mas Boseman se sobressaía, ele se esforçou muito até mesmo para encontrar o sotaque de T’Challa, e quando encontrou, não abandonava nem mesmo quando a câmera estava desligada”, comentou Russo sobre a dedicação de Boseman no set de “Capitão América: Guerra Civil”, filme que introduziu o Pantera pela primeira vez no cinema.
Um dos tópicos da conversa foi a relação de Joe e Anthony com jovens cineastas, já que nas obras que têm produzido, a dupla tem sempre preferido dar chances para diretores iniciantes. “Nós escolhemos (cineastas com pouca experiência) porque nós confiamos neles. Nós damos muita autonomia no tipo de história que eles querem contar e como vão contar”. O citado “Resgate”, por exemplo, foi o primeiro longa-metragem dirigido por Sam Hargrave, que antes possuía uma carreira apenas como coordenador de dublês – o que o levou a conhecer os Russo enquanto trabalhava nos filmes da Marvel.
“Nós amamos colaborar. Temos feito isso a vida toda. Nós não temos medo, nós abraçamos a colaboração. Gosto que todos desenvolvam seus próprios estilos e processos baseados em suas próprias experiências. Observamos muito o estilo de direção de cada um e respeitamos muito essas diferenças”, comentou Anthony em um momento do papo sobre como analisa e observa outros cineastas que trabalham ou podem vir a trabalhar com ele e sua produtora.
O painel também foi sobre a sequência de “Resgate”, que deve ser lançada no segundo semestre de 2021 e segundo os irmãos vai buscar expandir o universo do primeiro capítulo. Até agora, “Resgate” foi o grande sucesso dos Russo como produtores. Lançado em abril na Netflix, o filme chegou até mesmo a integrar a lista de maiores sucessos do catálogo de originais do maior serviço de streaming do mundo, ao lado de obras como “Bird Box” e “Troco em Dobro”. A dupla não apenas confirmou que o streaming desde o início já estava atenta ao desempenho acima da média do título como deram alguns pequenos detalhes de como vão continuar a história.
“Nós estamos trabalhando para construir um universo e explorar outros personagens do filme e novos que dão mais contexto da história” disse Anthony no evento. Os Russo não confirmaram se a continuação acontece antes ou depois dos eventos do original, mas afirmam que Chris Hemsworth fará uma participação especial na produção.
Após o sucesso do filme de ação de Hargrave e com um novo longa, “Cherry”, pra sair, a dupla já fechou com a Netflix para dirigir o filme mais caro da história da empresa, com orçamento inicial de US$ 200 milhões e previsto para começar filmagens no fim de 2021. A dupla gosta muito de trabalhar com tecnologia Imax e foi perguntada sobre a possibilidade de usar em “The Gray Man”. Anthony Russo, porém, afirmou que ainda não entrou nesses detalhes nas negociações, mas que pretende trazer muitas inovações em seu novo projeto, que é suspense de espionagem produzido pela AGBO e protagonizado por Ryan Gosling e Chris Evans.
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