Adeus cinemas? WarnerMedia vai lançar todo o calendário de filmes de 2021 direto na HBO Max
"Duna", "Matrix 4", "Esquadrão Suicida", o que você quiser: tudo do estúdio sai simultaneamente nos cinemas e no streaming no ano que vem
A WarnerMedia desistiu de lutar contra a maré, mas no processo tomou a decisão mais arriscada possível. Depois do desastre de bilheteria de “Tenet” e a decisão de lançar “Mulher-Maravilha 1984” simultaneamente nos cinemas e no HBO Max no Natal, a companhia anunciou nesta quinta (3) que redirecionou todo o calendário de estreia de 2021 para um modelo de debute simultâneo nas telonas e no seu serviço de streaming.
Válido para os próximos doze meses, a lista não deixa nenhum título de fora. De produções de médio orçamento como “Em um Bairro de Nova York” e o prelúdio de “Família Soprano”, “The Many Saints of Newark”, aos blockbusters de custo altíssimo do porte de “Duna”, “Esquadrão Suicida” e “Matrix 4”, todos os filmes do estúdio terão uma estreia simultânea nos cinemas dos Estados Unidos e no HBO Max, sem qualquer janela de intervalo entre as partes.
De acordo com a Variety, a lista ainda inclui os seguintes filmes: “The Little Things”, “Judas and the Black Messiah”, “Tom e Jerry”, “Godzilla vs. Kong”, “Mortal Kombat”, “Invocação do Mal 3”, “Those Who Wish Me Dead”, “Space Jam: Um Novo Legado”, “Reminescence”, “Malignant” e “King Richard”.
No comunicado oficial, a CEO Ann Sarnoff escreve que “Nós vivemos em um momento sem precedentes que chama por soluções criativas, incluindo esta nova iniciativa da Warner Bros. Pictures Group”. “Ninguém quer mais que os filmes retornem às telonas que a gente. Nós sabemos que novos conteúdos são o sangue vital da exibição teatral, mas temos que balancear isso com a nova realidade de que a maioria dos cinemas nos Estados Unidos provavelmente vai operar em capacidade reduzida durante 2021 inteiro” comenta ainda.
Além de seguir os rumores recentes de que o estúdio estaria considerando alternativas no streaming para mais de seus lançamentos após o sucesso estrondoso de “Enola Holmes” na Netflix, a manobra busca atender dois problemas da Warner de uma vez. De um lado, há a crise gerada pela pandemia, que vem debilitando o circuito de cinemas desde abril e a ponto dos EUA deixar de ser o principal mercado do planeta; depois da performance decepcionante de “Tenet” no começo deste segundo semestre, a companhia busca formas de balancear os danos sem perder o negócio com os exibidores – que pelo menos no território norte-americano não devem receber uma fatia maior dos lucros com as vendas de ingresso com a decisão.
A outra questão é o próprio HBO Max, que desde o debute em terras estadunidenses vem decepcionando nos números de audiência e (mais importante) assinaturas. Com a Netflix e o Disney+ apresentando bases de usuários cada vez maiores e sólidas, a Warner espera voltar com tudo à briga do streaming a partir do modelo de estreia simultânea de sua principal fonte de arrecadação.
Enquanto o circuito de cinemas toma um dano considerável com o anúncio, a manobra coloca a Warner no mesmo caminho da Disney e da Universal, que já vem há algum tempo arriscando modelos diferenciados de exibição para seus principais lançamentos a partir do streaming. Enquanto a última firmou acordo com a AMC e o Cinemark para reduzir a tradicional janela de exclusividade das telonas para 2 semanas, a primeira já testou um lançamento em formato “premium” de “Mulan” na Plus e agora se prepara para estrear a animação “Soul” na plataforma sem qualquer cobrança adicional no próximo dia 25 de dezembro.
Resta saber agora qual será o desempenho de “Mulher-Maravilha 1984”, que estreia simultaneamente nos cinemas norte-americanos e no HBO Max com plano apenas de exibição nas telonas no resto do globo. É questão de tempo até que o Max tenha seu lançamento internacional acelerado pela companhia.
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