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Apesar das críticas, YouTube mantém vídeos que contestam resultado das eleições nos EUA

Técnica da plataforma é liberar a existência dos conteúdos com desinformação, mas não permitir que eles fiquem em destaque

por Soraia Alves

O YouTube negou as alegações de que tem ajudando a promover e espalhar desinformação sobre o resultado das eleições nos Estados Unidos. De acordo com a empresa, seus vídeos mais populares relacionados à eleição são de “fontes confiáveis”, e a plataforma tem tomado medidas para impedir a disseminação de vídeos que contenham afirmações falsas ou enganosas sobre o tema, não os apresentando nos resultados de pesquisa ou através de seu mecanismo de recomendação.

A plataforma tem sido criticada desde a confirmação do resultado das eleições presidenciais nos EUA, especialmente por permitir vídeos de organizações como a One America News Network, cujos conteúdos afirmam que Donald Trump foi reeleito, mas que uma fraude eleitoral é a responsável pelo resultado favorável ao democrata Joe Biden. A teoria, como já confirmado pelas autoridades do país, é mentira.

Apesar da explicação, a atuação do YouTube é contraditória. Em resposta a um tweet do jornalista Mark Bergen, do Bloomberg, a empresa afirma que realmente permite vídeos que contestam a vitória do democrata Joe Biden na plataforma, mas que “esses vídeos não estão sendo exibidos ou recomendados de forma proeminente”. A empresa ainda ressalta: “Os vídeos mais populares sobre a eleição são de organizações de notícias confiáveis. Em média, 88% dos vídeos nos 10 melhores resultados nos EUA vêm de fontes de alta autenticação quando as pessoas pesquisam por conteúdo relacionado a eleições.”

Em resumo, a técnica do YouTube é liberar a existência dos conteúdos com desinformação na plataforma, mas não permitir que eles fiquem em destaque. Porém, o fato de os principais resultados para buscas de conteúdo eleitoral serem de fontes da mídia tradicional, não exclui que os conteúdos de fontes não confiáveis também sejam acessados em larga escala. Portanto, limitar o destaque para os conteúdos falsos não evita a disseminação de desinformação.

A ação do YouTube também é contrária ao que estão fazendo Facebook e do Twitter, que têm rotulado e removido links e postagens com fake news sobre a eleição.

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