Com quase US$ 2 bilhões em 2020, China supera EUA e se torna o país com a maior bilheteria do ano
País registra agora US$ 1,988 bilhão de dólares em arrecadação e deve ampliar distância dos norte-americanos por conta do melhor controle da pandemia
Precisou uma pandemia pra acelerar as coisas, mas enfim aconteceu: depois de chegar à marca de US$ 1,988 bilhão acumulados no ano, a China oficialmente superou os Estados Unidos e se tornou o país com a maior bilheteria de 2020. É a primeira vez na história do mercado que os norte-americanos deixam o topo da arrecadação no circuito global, um cenário gerado pela ausência de um gerenciamento no controle de casos do coronavírus no país e que forçou as redes exibidoras a fechar as salas para evitar a disseminação da doença.
A confirmação da virada vem da Artisan Gateway, que ao The Hollywood Reporter relata que o número dos chineses bateu com tranquilidade os US$ 1,937 bilhão arrecadados até o momento pelo circuito estadunidense – e considerando o status atual das coisas, a previsão é de que a diferença só aumente até o dia 31 de dezembro. Ajuda também que na última semana o país do continente asiático passou por um feriado nacional de oito dias, um fator que com o maior controle da pandemia levou o público local a gastar US$ 586 milhões em ingressos – sendo US$ 19,1 milhões só em “My People, My Homeland”, produção chinesa que foi líder do fim de semana.
Vale lembrar que a maior bilheteria de 2020 até o momento é de um filme chinês, com o épico de Segunda Guerra Mundial “The Eight Hundred” arrebanhando US$ 460 milhões até o momento depois de estrear no país no último dia 21 de agosto. Com Hollywood se vendo obrigada a adiar todas as suas grandes produções, o maior hit dos EUA no ano continua a ser “Bad Boys Para Sempre”, que gerou uma receita de US$ 426,5 milhões à Sony Pictures.
É verdade que a pandemia ajudou muito a materializar a hegemonia chinesa no mercado, mas o processo já estava no horizonte de muitos. Com os seus cinemas se tornando um componente fundamental no sucesso das grandes produções hollywoodianas (incluindo de seu maior campeão, “Vingadores: Ultimato”), a China já há um tempo vinha se aproximando dos EUA nos rankings nacionais de receita, em 2019 ficando apenas há dois bilhões de dólares dos norte-americanos.
Para além da crise gigantesca que o circuito exibidor encarar no país – com direito à AMC Theatres, a maior rede local, afirmando que pode zerar seus cofres até o fim do ano – a grande preocupação do mercado estadunidense no momento é a briga que o governo de Donald Trump nutre com os chineses. Se com o público da China a indústria norte-americana já sofre para se manter de pé, há quem já tema que um corte de relações diplomáticas entre as nações possa quebrar de vez os alicerces que sustentam o cinema nacional.
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