Novo tênis conceitual da Adidas quer revolucionar futuro da fabricação de calçados
Modelo é o primeiro fruto da tecnologia Strung, que substitui técnicas tradicionais de fabricação em prol de uma que permite modificações em partes importantes para o desempenho de atletas
A Adidas divulgou nesta quinta (8) a criação do Strung, um modelo conceitual de tênis da marca que foi fabricado sem a utilização de qualquer método tradicional da indústria. Ao invés de costuras, tecelagem e até mesmo cola, o calçado é possível graças a um braço robótico de mesmo nome que constrói o item a partir de fios tecidos de toda a direção e ligados por técnicas de calor. O resultado, segundo a empresa, é a possibilidade de um tênis leve e que soe parte integrante do corpo do indivíduo, ao invés de um anexo mais pesado.
O modelo faz parte da linha Futurecraft Innovation, que a Adidas desenvolve em base anual para propor novos caminhos à indústria e capacidade de performance a seus calçados, e deve se tornar a base para novos itens da marca a partir do fim de 2021 e começo de 2022. O interesse da empresa no novo tênis não acontece por acaso: os designers da Adidas declaram que a tecnologia por trás do Strung os permite mexer no desempenho de partes até então mais rígidas do produto, podendo agora aumentar o apoio, elasticidade e a passagem de ar em áreas que podem melhorar a experiência de atletas.
O software por trás do aparelho também facilita esta tarefa, com o vice-presidente de futuro do design da companhia Jon Munn declarando ao Fast Company que a ferramenta de design tem uma interface simples “e muito parecida com a do Adobe Illustrator”, criada para “guiar você a fazer as melhores decisões”. É a automatização de uma parte crucial e ao mesmo tempo chatinha na confecção dos calçados: de acordo com o executivo, a ideia do Strung veio de um teste de texturas do laboratório de design, que queria deixar de fabricar na mão os padrões de tecelagem por trás de todo tênis do mercado – com a nova tecnologia abaixo, um design pode ser gerado fisicamente em até 5 minutos.
Ao Input, a equipe por trás do desenvolvimento da tecnologia afirma que a inspiração veio “da arquitetura e alguns experimentos interessantes de robótica sendo usada para construir estruturas de fibra de forma criativa”, com o laboratório se vendo instigado a ver “como um time poderia interagir com robótica e dados de atletas de uma forma significativa e criativa”.
Embora o primeiro modelo Strung seja desenhado para corrida, a Adidas confirma que tem planos de usar a nova tecnologia para outras linhas de calçado suas para viabilizar sua meta de tornar o tecido no melhor em termos de assimilação de dados. Já o modelo mostrado esta semana deve continuar inédito mesmo, dado que ele foi concebido apenas para apresentar o potencial do novo braço robótico e não exatamente ser utilizado.
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