Se depender do CEO, funcionários da Netflix só voltam ao escritório quando a maioria estiver vacinada
Mas ele não é grande fã do home office, por incrível que pareça
O grande debate do momento no mundo da pandemia é o retorno da normalidade, mesmo o coronavírus estando longe de ser neutralizado e a contenção da doença em alguns países não ter ocorrido de fato. Mas se há quem argumente que apesar da ausência destes dois requisitos uma volta aos escritórios seja possível, nas grandes empresas de tecnologia o discurso tem sido o exato oposto, com o planejamento do restabelecimento do trabalho presencial sendo arremessado para um distante fim de 2021.
No caso específico da Netflix, o papo já é mais definitivo: se não há vacina, não há chance de volta. A informação vem do próprio CEO (ou agora coCEO, se você quiser falar em termos oficiais) Reed Hastings, que em entrevista ao The Wall Street Journal confirma que só em condições efetivas de segurança pública sua empresa irá retornar ao modelo tradicional de operação.
“É provavelmente seis meses depois de uma vacina.” diz o executivo ao jornal; “Uma vez que a gente consiga que a maioria das pessoas esteja vacinada, aí nós provavelmente vamos voltar aos escritórios”. Ele também prevê que a pandemia possa gerar um cenário no Vale do Silício no qual os trabalhadores possam operar um dia de casa durante a semana.
A parte mais intrigante, porém, é que mesmo defendendo o cenário mais seguro de reativação dos escritórios Hastings se mostra bastante contrário ao home office, chegando a falar com todas as palavras que “Não vê qualquer lado positivo” no ato de trabalhar de casa. “Não ser capaz de se reunir em pessoa, em particular internacionalmente, é apenas negativo.” afirma, comentando ainda estar “super impressionado com o sacrifício das pessoas” durante este momento.
As falas de Hastings sem dúvida se encaixam com o que o Google, Twitter e Facebook já declararam oficialmente, corroborando um cenário no qual o meio corporativo das empresas de tecnologia busca privilegiar a segurança dos funcionários na pandemia. Como bem denota o The Verge, porém, o discurso do CEO também vai na contramão dos colegas ao reforçar sua avidez pela cultura corporativa, o que faz sentido se considerar que a Netflix é a grande criadora do famigerado “Keeper’s Test”, a política que encoraja líderes a demitir funcionários que não estejam em seu melhor momento.
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