Estudo revela que algoritmo do Facebook promove negação do holocausto
Pesquisadores afirmam também terem descoberto conteúdo semelhante no Twitter, YouTube e Reddit
Um estudo feito pelo Instituto de Diálogo Estratégico apontou que postagens negacionistas sobre o holocausto são ativamente promovidas pelo algoritmo do Facebook. Segundo o relatório, páginas e postagens sobre o assunto foram impulsionadas pelo sistema, aponta o grupo que trabalha para combater o extremismo.
Segundo o The Guardian, o estudo identificou 36 grupos no Facebook, que somam mais de 366 mil seguidores entre eles. Os grupos eram responsáveis pela criação e divulgação do conteúdo. Os pesquisadores descobriram também que, ao seguir qualquer uma das páginas ou grupos, o algoritmo do Facebook automaticamente já recomendava para o usuário seguir outros grupos com o mesmo conteúdo.
Uma das descobertas mais preocupantes é a de que, ao pesquisar sobre o holocausto na plataforma, algumas das principais recomendações são páginas negacionistas, como o infame negacionista David Irving, escritor inglês que afirma que o holocausto não existiu. Um porta-voz do Facebook conversou com o The Guardian sobre a situação:
“Nós constantemente removemos conteúdo negacionista ou conspiratório da plataforma. Isso vale também para qualquer conteúdo que negue o holocausto ou faça piada com suas vítimas, bem como os que acusam as vítimas de mentir, ou espalhe ódio ou defenda o antissemitismo”, afirmou o porta-voz. “Nós também removemos quaisquer grupos ou páginas que discutam a negação do holocausto das recomendações ou referências nos resultados de pesquisas”, completou.
É provável que isso aconteça por uma falha da plataforma na construção de seu algoritmo, que acaba priorizando conteúdo de acordo com seu engajamento, e não com sua relevância. Os pesquisadores afirmam também terem descoberto conteúdo semelhante no Twitter, no YouTube e no Reddit. Jakob Guhl, coordenador de pesquisa do instituto, afirmou ao The Guardian que essas plataformas já possuem as ferramentas necessárias para remover todo esse conteúdo. “Essas empresas precisam perguntar a si mesmas que tipo de plataforma elas desejam ser: a que lucra permitindo que a negação do holocausto floresça, ou a que se posiciona veementemente contra essa atitude” afirma Guhl.
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