Sem “Vingadores: Ultimato” e com cinemas fechados, Disney sofre queda de US$ 9 bilhões na receita do trimestre
Receita de 11,78 bilhões de dólares é impulsionada pelo Disney+, que atendeu expectativas de crescimento e ultrapassou os 60 milhões de assinantes pagos
A Disney pode ter reaberto alguns parques e decidido lançar “Mulan” no Disney+, mas ainda sofre enquanto negócio perante o prosseguimento da pandemia do coronavírus. A companhia divulgou no fim da tarde da última terça-feira (5) o seu mais recente relatório trimestral e confirmou uma receita total de US$ 11,78 bilhões para os últimos trimestres, um valor muito abaixo dos US$ 20,2 bilhões obtidos no mesmo período em 2019.
Esse buraco não é lá muito difícil de ser explicado, mas pode ser resumido a um título: “Vingadores: Ultimato”. Embora o estúdio não tenha lançado um filme sequer nos últimos trimestres graças à pandemia, a ausência de um produção de sucesso do porte do quarto capítulo da saga dos heróis do Marvel Studios – ou seja, literalmente a maior bilheteria da história – acaba por ser a grande razão por trás da queda de 55% no faturamento obtido pela divisão de cinema, que registrou somente US$ 1,7 bilhão de receita nestes últimos três meses. São centavos se comparar com os US$ 3,8 bilhões arrecadados no ano passado, algo que denota com alguma precisão o grau de importância que estas grandes produções tem na estrutura do conglomerado.
Mas como bem prova o recente anúncio de “Mulan”, a Disney já percebeu a força do streaming neste momento difícil. Ao mesmo tempo que os estúdios só apresentam más notícias ao negócio, o relatório divulgado pela companhia revela que o Disney+ continua a crescer rapidamente sua base de usuários, gerando uma receita de 4 bilhões de dólares e ultrapassando a marca dos 60 milhões de assinantes antes mesmo de sair em continentes como a América Latina (onde está previsto para novembro) e a Ásia.
“O alcance global de nosso portfólio completo de serviços direct-to-consumer agora excedem espetaculares 100 milhões de assinaturas pagas” ainda escreve o CEO Bob Chapek no documento, que define o momento como “um marco significativo” e a área como “a chave para o crescimento futuro da nossa companhia”. O “portfólio completo” no caso envolve o Hulu e a ESPN Plus, dois serviços que a Disney espera combinar como um pacote completo para todo o globo, mas que no momento continuam a servir de alicerces fortes para a continuidade do sucesso da Plus.
O ponto é saber agora como a plataforma vai manter essa linha crescente nos próximos meses, dado que em todos os outros campos o cenário é no mínimo de vulnerabilidade extrema. Enquanto os cinemas seguem fechados, a Disney de fato espera obter algo positivo dos parques (que começaram a reabrir neste trimestre) e dos esportes (cujo retorno deve promover a volta de anunciantes mais substanciais à ESPN e a Fox Sports), mas o fato é que enquanto a pandemia durar dificilmente qualquer um destes campos apresentará os números de antes. A sobrevivência definitivamente está nos “Hamilton” e “The Mandalorian” que o serviço lançar nos próximos meses.
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