Lendário compositor Ennio Morricone morre aos 91 anos
Músico foi autor da trilha sonora de mais de 350 filmes, incluindo produções lendárias como "O Enigma de Outro Mundo" e a trilogia dos dólares de Sergio Leone
Um dos nomes mais reverenciados no meio, o compositor e maestro italiano Ennio Morricone faleceu na madrugada desta segunda-feira (6) aos 91 anos de idade. De acordo com o seu advogado Giorgio Asumma à agência ANSA, o artista morreu devido a complicações de uma fratura no quadril geradas por uma queda no ambiente doméstico.
Embora viesse trabalhando em menor ritmo nos últimos tempos, o músico trabalhou na trilha sonora de mais de 350 filmes nas últimas cinco décadas, incluindo colaborações icônicas em produções como “O Enigma de Outro Mundo” de John Carpenter, a trilogia dos dólares e “Era Uma Vez na América” de Sergio Leone e “Os Intocáveis” de Brian De Palma. Morricone também se tornou uma figura célebre por sua atuação no gênero dos faroestes espaguete, produção italiana dos anos 60 e 70 onde trabalhou na música de dezenas de longa-metragens como “O Dia da Desforra”, de Sergio Sollima, e “A Morte Anda a Cavalo”, de Giulio Petroni.
O último trabalho de Morricone nos cinemas foi em 2016 com o “Lembranças de um Amor Eterno” de Giuseppe Tornatore, mas nos últimos anos a trilha sonora de sua autoria que ganhou maior destaque entre o público foi a de “Os Oito Odiados”, faroestes lançado em 2015 por Quentin Tarantino. Ainda que tenha relatado depois ter odiado a experiência de trabalhar com o diretor, o compositor recebeu o seu segundo Oscar na carreira pela música, prêmio que tornou-se histórico dado que até então Morricone só havia recebido um prêmio honorário da Academia – ele foi lembrado pela premiação em outras cinco ocasiões e pelo trabalho nas produções “Cinzas no Paraíso”, “A Missão”, “Os Intocáveis”, “Bugsy” e “Malena”.
Nascido em Roma e formado no conservatório de Santa Cecilia sob a supervisão de Goffredo Petrassi, Morricone sempre buscou trabalhar de sua cidade natal e orquestrar cada detalhe das trilhas sob sua responsabilidade, uma metodologia clássica que o impediu de finalizar muitas trilhas nos anos 60 e 70 devido à enxurrada de trabalho – foram quase 150 no período.
Além de ter conduzido diversos concertos ao redor do mundo, o artista nos últimos anos se dedicou à produção mais tradicional de música, assinando em torno de 50 trabalhos para orquestras, corais e música de câmara.
Morricone deixa a esposa Maria Travia e quatro filhos.
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