Cannes Live: um chefe ruim pode ajudar sua carreira, um bom faz ela voar!
CCO da Havas de Londres compartilha seis lições de vida que a ajudaram a se tornar uma das mais respeitadas executivas do mercado publicitário
Assisti há pouco a Vicki Maguire, CCO da Havas de Londres, contar sua história de vida e carreira no Cannes Live. Ela compartilhou 6 lições de vida que acumulou ao longo da sua carreira em 25 minutos de conversa, ilustradas por alguns cases muito interessantes.
#1 “Quebre regras”: Vicki falou que foi uma má aluna na escola porque achava tudo muito chato – tirava notas baixas, quase foi expulsa algumas vezes. Quando descobriu a música e os iconoclastas que cantavam na época dela, porém, foi como se o mundo se descortinasse. Foi aí que ela decidiu estudar moda – o que nos leva ao próximo aprendizado;
#2 “Escreva suas idéias ao invés de desenhar”: Vicki contou que ela também não se encontrou nem como aluna, nem como designer de moda. Foi demitida pela French Connection, a Marks and Spencer, a Vivian Westwood e aí foi trabalhar com Paul Smith. Foi este último que entendeu quem era ela, quais eram os seus pontos fortes e a orientou a seguir a carreira na qual ela, finalmente, teria sucesso e voaria;
#3 “Seus heróis também podem ser cuzões”: Quando ela finalmente conseguiu seu primeiro trabalho como redatora, seu primeiro chefe a censurou pela forma com a qual ela se vestiu pra uma reunião com clientes (ela estava vestido Vivienne Westwood, vejam bem). Ele a mandou atravessar a rua e ir a uma loja “normal” comprar um vestido e um par de sapatos de salto alto porque era o que ele achava certo uma mulher vestir.
Ela foi, trocou de roupa, e obviamente não fez a melhor apresentação de sua vida. Por que?
#4 “As pessoas fazem seu melhor quando podem ser elas mesmas”: Por isso, sim. Vicki diz que com o episódio acima, entendeu que o maior trabalho de um bom líder é posicionar corretamente seus talentos. Pra um introvertido, precisamos achar um cantinho. Pra um extrovertido, um palco. Ela diz que até hoje procura conhecer as pessoas com as quais trabalha pra dar a elas as melhores condições de fazer um bom trabalho. Vejam que ela fala das pessoas, não dos profissionais;
#5 “O cliente não é um inimigo. Quando ambições coincidem, a mágica acontece”: Ela contou o backstage da famosa campanha “Stayin’Alive”, da British Heart Foundation, dando ênfase a como um grupo diverso e ousado de criativos respondeu à ambição de salvar vidas da fundação na época de uma forma nada ortodoxa – gângsters e disco não são referências que normalmente encontramos em campanhas de conscientização, afinal. Ela também falou sobre a importância de abandonar os “advertising tricks” e olhar pra cada briefing como uma oportunidade pra “deixar as histórias emergirem“;
#6 “Mesmo tendo odiado a escola, aprendi que todo dia é um dia de escola”: Se a gente não aprende sempre, não acompanha o mundo – simples assim.
Em tempos de pandemia, com tantas discussões tão táticas acontecendo, adorei ver alguém que chegou ao topo trazer de volta coisas estratégicas e estruturais: a importância das pessoas poderem ser quem são, a necessidade de aprender coisas novas todo dia, e o poder que uma boa história tem para mudar comportamentos.
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