Academia confirma adiamento do próximo Oscar para abril de 2021
Indicados serão anunciados em março e poderão ser lançados até o fim de fevereiro
Enfim aconteceu: depois de semanas de especulação e diversas reuniões, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta segunda (15) que a 93° edição do Oscar vai ser adiada devido à pandemia. Ao invés da janela tradicional de fevereiro, a premiação mais importante de Hollywood agora vai realizar sua próxima cerimônia no dia 25 de abril de 2021.
A decisão foi divulgada ao público pelas redes sociais da Academia, que também confirmou novas datas para todo o processo de votação: enquanto o período de elegibilidade será estendido até o dia 28 de fevereiro de 2021, o anúncio das indicações acontece no dia 15 de março. O museu da entidade também teve a estreia adiada, ficando agora para 30 de abril de 2021, enquanto a premiação do Governors Awards (dedicada a celebrar membros específicos da indústria) teve sua realização no segundo semestre cancelada e ainda não tem nova data oficial.
No comunicado oficial, a CEO da organização Dawn Hudson comenta que a decisão acontece na esperança de que a Academia “providencie a flexibilidade necessária aos cineastas para finalizar e lançar seus filmes sem sofrerem qualquer penalização por algo que está fora do controle”, além de declarar ainda que a próxima edição do prêmio “vai marcar um momento histórico, reunindo fãs de todo mundo para uni-los a partir do cinema”.
[ATUALIZAÇÃO: 16h50] Praticamente uma hora depois do anúncio da Academia, a Academia Britânica de Cinema divulgou que o BAFTA também será adiado para o dia 11 de abril devido ao “impacto global da pandemia”. A premiação do cinema britânico estava agendada anteriormente para o dia 13 de fevereiro. [FIM DA ATUALIZAÇÃO]
A medida é inédita na história da premiação em termos de duração, dado que o Oscar até então havia sido adiado em questão de dias em outras três ocasiões e devido a eventos como as enchentes de Los Angeles em 1938 (que forçaram a Academia a atrasar a entrega das estatuetas em uma semana); o assassinato de Martin Luther King em 1968 (quando a cerimônia ficou para dois dias depois do plano original); e o tiroteio que quase vitimou o então presidente estadunidense Ronald Reagan em 1981 (o evento aconteceu um dia depois do previsto).
O adiamento também sinaliza para um problema de produção que vem se formando nas últimas semanas, conforme depois de meses de isolamento social e paralisação a indústria ainda está para começar a desenvolver protocolos de saúde e retomar o trabalho. Enquanto os grandes projetos miram para julho um reinício com o terceiro “Jurassic World” de exemplo, as redes de exibição sofrem para encontrar um “dia D” para retomada da agenda de estreias e o circuito de festivais continua inoperante para além de edições digitais e “selos de aprovação”.
Posto isso e que mais da metade do ano deve ficar comprometida pela pandemia do coronavírus, a decisão da Academia deve abrir uma série de discussões internas e externas nas próximas semanas. Além das medidas de inclusão e diversidade da indústria que serão anunciadas no próximo 31 de julho, a grande questão do momento é saber o que de fato será permitido competir dentro deste novo calendário conforme uma parcela das produções lançadas direto no streaming poderão concorrer pela estatueta. Há também os específicos de como o processo das próximas duas edições da premiação se darão neste novo contexto, em especial como a cerimônia de 2022 vai ser impactada pelas mudanças promovidas nos Academy Awards de 2021.
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