HBO Max retira “…E o Vento Levou” do catálogo e vai relançá-lo com discussão de seu contexto histórico
Um porta-voz da HBO Max confirmou que o filme será relançado, em uma data ainda a ser definida, acompanhado de uma denúncia de suas representações racistas
A HBO Max informou que removeu o filme “…E o Vento Levou” de seu catálogo, seguindo os desdobramentos dos protestos antirracistas que acontecem nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd por um policial branco em Minneapolis.
O comunicado da plataforma diz: “‘…E o Vento Levou’ é um produto de seu tempo e descreve alguns dos preconceitos étnicos e raciais que, infelizmente, têm sido comuns na sociedade americana. Essas representações racistas estavam erradas na época e estão erradas hoje, e sentimos que manter esse título sem uma explicação e uma denúncia dessas representações seria irresponsável”.
Um porta-voz da HBO Max confirmou à Variety que o filme será relançado, em uma data ainda a ser definida, acompanhado de uma discussão sobre seu contexto histórico e uma denúncia de suas representações racistas: “Essas representações certamente são contrárias aos valores da WarnerMedia; portanto, quando retornarmos o filme à HBO Max, ele retornará com uma discussão de seu contexto histórico e uma denúncia dessas mesmas representações, mas será apresentado como foi originalmente criado, porque caso contrário, seria o mesmo que alegar que esses preconceitos nunca existiram. Se queremos criar um futuro mais justo, equitativo e inclusivo, precisamos primeiro reconhecer e entender nossa história”, explica.
A remoção do filme da plataforma também acontece após a publicação de um artigo do Los Angeles Times escrito por John Ridley, roteirista de “12 Anos de Escravidão”, que pediu que a produção de 1939 fosse retirada das plataformas de streaming, uma vez que perpetua os estereótipos raciais e glorifica o sul pré-guerra.
Estrelando Vivienne Leigh, Clark Gable, Hattie McDaniel e Olivia de Havilland, “…E o Vento Levou” se passa em uma fazenda nos arredores de Atlanta após a Guerra Civil Americana, e conta a história de amor de Scarlett O’Hara e o aristocrata sulista Rhett Butler.
O filme ganhou oito estatuetas do Oscar, incluindo o de Melhor Atriz Coadjuvante para Hattie McDaniel, que foi a primeira pessoa negra a ganhar um Oscar na história da premiação. No entanto, apesar de ser considerado um dos melhores filmes de todos os tempos, a sua representação da escravidão e do povo negro é criticada há muito tempo.
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