Após denúncias, youtuber racista e transfóbico é penalizado pela plataforma
YouTube, Twitch e Xbox se posicionaram contra o conteúdo produzido, que propagava discurso de ódio sob a desculpa de que fazia "piadas"
Nos últimos dias, um movimento no Twitter protagonizado por criadores de conteúdo e membros da comunidade gamer, como Ricardo Regis, criador do Naitulus, exigiu das plataformas um posicionamento sobre um youtuber e streamer que utilizava seu canal para propagar discurso de ódio. Inicialmente, as plataformas da Twitch e do YouTube, as que eram utilizadas pelo canal, se silenciaram, mas com o crescimento do movimento, as empresas começaram a se posicionar. Agora, o canal XMG teve seus vídeos no YouTube deletados e foi banido definitivamente do programa de parcerias da rede social.
Tudo começou quando, em uma transmissão na Twitch, o canal XMG fez comentários assustadoramente racistas com a desculpa de que eram “piada”. Porém, a repercussão foi tanta que mobilizou a parte progressista da comunidade gamer, que fez um compilado de momentos racistas, machistas, misóginos e transfóbicos, divulgou e marcou incessantemente as plataformas até que elas se posicionassem.
A própria conta oficial da Xbox no Brasil chegou a se pronunciar, afirmando que o conteúdo da conta Mil Grau não reflete os valores fundamentais de respeito, diversidade e inclusão defendidos pela empresa da Microsoft. A Xbox ainda exigiu a remoção imediata das marcas do canal.
A Twitch não chegou a se posicionar por meio de suas redes sociais, mas baniu definitivamente o canal de transmissões da XMG de sua plataforma. Agora, o único lugar onde o responsável pelo canal poderá fazer transmissões é o YouTube, mas ainda, sem poder monetizar seu conteúdo em virtude dos comentários preconceituosos feitos recentemente.
Outras figuras importantes da plataforma se posicionaram, como o youtuber e podcaster Azaghal, do Jovem Nerd. O filho de Azaghal foi uma das vítimas dos comentários preconceituosos do XMG, o que fez com que ele se posicionasse contra o canal e, claro, em defesa do filho.
Para que o YouTube se posicionasse, a comunidade gamer criou a hashtag #YouTubeRacista e marcou inúmeras contas populares para que elas aderissem ao movimento e pressionassem a plataforma de vídeos para tomar uma atitude. Até mesmo Mark Hamil, intérprete de Luke Skywalker em “Star Wars”, aderiu à campanha.
Com o posicionamento do YouTube, mesmo que o canal não seja deletado, a mobilização já surtiu efeito. O youtuber racista, transfóbico e machista ainda poderá postar vídeos, mas teve uma grande parte de seu conteúdo deletado e não poderá mais monetizar nenhum de seus vídeos.
A comunidade gamer sofre com uma ala extremamente preconceituosa e não é de hoje. Relatos de discurso de ódio são constantes na vida de qualquer gamer que pertença a grupos que são constantemente alvos desses discursos. Conquistas como a conseguida pela ala progressista da comunidade, portanto, são importantes para dar pequenos passos em direção a um ambiente mais respeitoso e saudável para todos os jogadores.
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