Petição busca impedir garimpo ilegal na Amazônia de disseminar coronavírus em populações indígenas
Campanha de fórum de lideranças indígenas busca salvar quase metade da população da contaminação da doença pela ação dos garimpeiros, que aumentam área de atuação a cada dia
O Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kwana está lançando nesta terça (2) uma campanha publicitária de fundo desesperador: barrar o garimpo ilegal na Amazônia e impedir que os meliantes se tornem no principal vetor do coronavírus na região, colocando em risco a vida de milhões de indígenas. A constatação vem de um estudo inédito do Instituto Socioambiental com a UFMG, que revela que os garimpeiros criminosos podem se tornar na principal causa da explosão de casos da doença dentro da Terra Indígena Yanomami.
“a Terra Indígena Yanomami é a mais vulnerável da Amazônia ao novo coronavírus.” escreve Bruno Weis, coordenador de comunicação do Instituto Socioambiental, sobre o caso; “O sistema de saúde que atende ao território tem limitações relacionadas ao transporte de doentes, poucos leitos e respiradores. Além disso, o histórico de saúde dos Yanomami pode fazer com que a taxa de letalidade da doença seja maior entre eles do que na população brasileira em geral”.
Para evitar isso, a campanha “#ForaGarimpoForaCovid” não economiza no desespero. A campanha preparada pela Wieden+Kennedy São Paulo busca mobilizar o público a partir de um comercial que reúne diversas manchetes de jornal que imaginam um cenário no qual nada foi feito e a população foi posta em perigo completo perante a ação dos garimpeiros. Confira acima a peça na íntegra.
Com mais dois produtos do tipo previstos para ir ao ar nos próximos três meses, a campanha do Fórum de Lideranças está previsto além do digital para ir ao ar em mídias tradicionais como a TV aberta e o OOH, com tudo apontando para uma petição que busca pressionar o governo a tomar ação para resolver a situação. “As atitudes agora têm efeitos imediatos na preservação da vida, da cultura e da história.” escreve Fabiano Higashi, diretor de criação da W+K São Paulo; “Não há campanha mais relevante para apoiarmos no momento”.
A situação é de fato preocupante. De acordo com o Instituto Socioambiental, o pior cenário prevê até 5.603 índios Yanomami contaminados com o vírus, o que é quase metade da população de 13.889 indígenas que habita atualmente o espaço que fica a menos de cinco quilômetros da zona de garimpo – e que vem aumentando graças às ações de desmonte da política ambiental do governo de Jair Bolsonaro.
Para quem está interessado em assinar a petição, a página oficial do documento é esta.
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