TCU proíbe Banco do Brasil de anunciar em sites depois de posicionamento flutuante do banco
Depois de anunciar a retirada de anúncios do site JCO, banco voltou atrás na decisão considerando o veto uma "medida excessiva"
De acordo com uma decisão do Tribunal de Contas da União desta quarta-feira, 27/05, o Banco do Brasil deve suspender os contratos de anúncios publicitários na internet, o que inclui sites, blogs, portais e redes sociais. A decisão do ministro Bruno Dantas vem depois de idas e vindas no posicionamento oficial do BB em relação à publicidade do banco encontrada em sites que contém fake news.
Na semana passada, o Banco do Brasil foi uma das primeiras empresas a responder aos pedidos do perfil Sleeping Giants Brasil para a retirada de publicidade do site Jornal da Cidade Online, veículo que é investigado pela CPMI das Fake News do Congresso desde o início do ano, e que coleciona processos e condenações pela publicação de notícias falsas e distorcidas. Na ocasião, como publicado pelo B9, o banco se posicionou informando a suspensão dos anúncios no JCO: “Repudiamos qualquer disseminação de fake news”, disse o BB.
A definição do banco, no entanto, provocou reclamações por parte da ala bolsonarista do governo, especialmente depois que o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro se manifestou contra a decisão do BB, dizendo que o banco “pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”. Pelo Twitter, o Secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, também se manifestou, chegando a dizer que já estava “contornando a situação”.
@leandroruschel estamos cientes da importância do jornalismo independente. Nem toda a comunicação do que é público depende de nós, mas já estamos contornando a situação. Agradecemos pelo retorno e pode contar com o governo na defesa da liberdade de expressão.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) May 20, 2020
Com a pressão, o Banco do Brasil voltou atrás na decisão de cortar os anúncios do JCO no mesmo dia, alegando que o veto ao site seria uma “medida excessiva”. A volta do patrocínio foi endossada, inclusive, pelo presidente do banco, Rubem Novaes.
A situação levou o TCU a realizar uma auditoria e determinar a suspensão da publicidade do banco na internet. A auditoria também revelou que o Banco do Brasil executou cerca de R$ 119 milhões com publicidade na internet.
O ministro Bruno Dantas autorizou, ainda, o envio dos autos, dados e documentos ao Supremo Tribunal Federal, para que o material seja incorporado ao inquérito do STF que investiga a propagação de fake news.
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