Campanha do Instituto Maria da Penha alerta sobre violência doméstica durante quarentena e mostra como pedir ajuda
Vídeo "Call" destaca como o apoio das pessoas ao redor da vítima é importante, especialmente para incentivar a denúncia
Desde o início da quarentena no Brasil, muitas mulheres se tornaram mais vulneráveis à violência doméstica. Erroneamente estereotipada como uma realidade restrita à classe social de baixa renda, a violência doméstica ocorre em todos os estratos sociais e, infelizmente, é mais comum do que se imagina. Para alertar sobre esse grave problema que acontece em milhares de lares brasileiros, a F.biz e a Vetor Zero criaram o filme “Call” para o Instituto Maria da Penha.
As dificuldades que já existiam para a denúncia – como medo do agressor, dependência financeira, preocupação com os filhos, vergonha, problemas de acesso à justiça e vitimização pelo Estado – elevaram-se exponencialmente com o isolamento social.
Com muitas mulheres não conseguindo fazer as denúncias, o número de subnotificações de caso de violência é alto. Ainda assim, entre fevereiro e abril deste ano, houve um aumento de 431% de relatos no Twitter sobre brigas entre casais, por exemplo. Nas mensagens filtradas pela rede social, foram registradas 5.583 menções que indicavam a ocorrência de violência doméstica. Outro dado significativo é o fato de que a busca no Google por Lei Maria da Penha teve um salto exorbitante de até 238%, o que reflete a alta demanda por informações sobre o tema.
Pensando nesse cenário, o filme “Call” mostra como uma mulher que está sofrendo violência doméstica usa o momento de uma videoconferência de trabalho para pedir ajuda.
“Apesar de a violência doméstica ser um problema com o qual lidamos diariamente, o confinamento deu mais visibilidade a ela no Brasil e no mundo. Daí a importância de conscientizar e informar tanto as mulheres quanto toda a população sobre como identificar as situações de violência, quais os canais de denúncia e de que modo cada um de nós pode ser parte da rede de apoio às vítimas”, afirma Conceição de Maria, cofundadora e superintendente-geral do Instituto Maria da Penha.
A campanha destaca como o apoio das pessoas ao redor da vítima é importante, especialmente para incentivar a denúncia. Por isso, é preciso conversar com outras mulheres, enviar mensagens, procurar saber como elas estão vivendo o período de isolamento social, manter contato constante e ressaltar que elas têm a quem recorrer em caso de violência.
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