Depois do Lyft, Uber anuncia demissão de 14% do quadro de funcionários
Decisão afeta departamentos de atendimento ao cliente e recrutamento ao redor do globo, com expectativa de gastos de até 20 milhões de dólares em compensações financeiras aos demitidos
Se na semana passada foi o Lyft quem reduziu em 17% seu time devido a pandemia, agora é a vez do Uber anunciar uma série de demissões para sobreviver à atual crise. A companhia confirmou nesta quarta (6) à Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos a demissão de 3700 funcionários ao redor do globo, o que percentualmente representa em torno de 14% do quadro total da empresa.
Junto da decisão, o CEO Dara Khosrowshahi também confirmou que vai deixar de receber seu salário pelo resto do ano afim de permitir estabilidade à plataforma. De acordo com o The Verge, as demissões devem afetar os setores de atendimento ao consumidor e recrutamento do Uber, além de muito possivelmente representarem um gasto de quase 20 milhões de dólares só em compensações financeiras e outras cláusulas previstas nos contratos dos trabalhadores dispensados.
As demissões obviamente são consequência do golpe brutal que a companhia tomou nos negócios devido à pandemia e as medidas de distanciamento social, que nos grandes centros urbanos geraram uma queda de até 70% no número de corridas. “Com as pessoas fazendo menos viagens, a realidade infelizmente é que não há trabalho suficiente para muitos de nossos empregados na linha de frente no atendimento ao cliente.” escreve um porta-voz ao The Verge, ao qual comenta ainda que a indefinição da duração da pandemia e de um período de recuperação forçaram o Uber a tomar a decisão.
A empresa agora busca reduzir a crise aumentando o foco em iniciativas relacionadas ao delivery e o Uber Eats, mas o momento é difícil. Só no último mês as ações do Uber perderam mais de 50% do valor com a preocupação dos investidores sobre uma possível redução do mercado de transporte e a expectativa de que a companhia registre uma dívida de até 4 bilhões de dólares – uma notícia ruim a quem como o Uber esperava no início do ano sair do vermelho.
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