Pandemia leva empresas a redirecionar mais da metade dos investimentos em publicidade para e-commerce
Dos investimentos que foram estancados, 53,5% serão realocados em outras campanhas
A pandemia do novo coronavírus tem afetado as rotinas empregatícias de todos ao redor do mundo. Muitas empresas estão com suas atividades suspensas, enquanto outras operam de forma reduzida ou excepcional, focando apenas nas operações por e-commerce e digitais em geral.
A pesquisa Inflr – O marketing digital em tempos de pandemia: o que mudou, analisou justamente o efeito da crise do novo coronavírus nas empresas. De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 9 e 30 de março, a primeira reação das empresas foi desacelerar suas campanhas que estavam previstas ou em andamento, o que levou a uma retração de 60% dos investimentos em marketing no período.
“O número parece grande em um primeiro momento, mas o choque é momentâneo. A busca é pela adequação das campanhas para a nova realidade. Todas aquelas que tratavam de vendas físicas em loja, por exemplo, foram estancadas”, explica Thiago Cavalcante, diretor de Novos Negócios da Adaction, veículo de comunicação especializado em ações de mídia digital e da Inflr.
De acordo com a pesquisa, que analisou o comportamento de 100 marcas de todo o país de empresas de todos os portes e de diversos segmentos, a redução dos investimentos em marketing não é algo definitivo para a maioria. Dos investimentos que foram estancados, mais da metade (53,5%) serão realocados em outras campanhas.
“Alguns projetos como o lançamento de apps próprios para vendas estão sendo tirados da gaveta, casos de farmácias e supermercados. Assim as campanhas deixam de ser de promoção de produtos para novos apps que podem atender melhor o público que está em casa, cuidando de sua segurança”, diz Cavalcante. Ele observa ainda que uma grande parte da redução da alocação das verbas de marketing está relacionada ao cancelamento de eventos presenciais.
Das verbas realocadas, o levantamento identificou que 41% estão voltadas para promoções de e-commerce; 27% para a divulgação de apps e o restante (32%) são de campanhas institucionais que visam dar apoio à população durante o período da quarentena.
O levantamento ainda aponta que, diante do cenário excepcional, influenciadores digitais têm ganhado espaço no mercado. Entre os profissionais de marketing procurados pela pesquisa, 55% afirmaram que realocaram sua verba para a contratação de influenciadores. “O Brasil está num momento no qual a empatia, a sensibilidade e a solidariedade serão muito valorizadas. Presas em suas casas, as pessoas desejam ouvir vozes conhecidas, ver pessoas amadas e buscar informações de alguém em quem possam confiar”, explica Cavalvante.
Hoje, os influenciadores são uma parte imprescindível do marketing de grandes marcas. Uma pesquisa recente do Ibope apontou, por exemplo, que 52% dos internautas brasileiros seguem influenciadores em suas redes sociais. O estudo ainda diz que 50% dos que responderam, confessam que são influenciados em relação ao consumo de produtos e serviços promovidos por esses influenciadores.
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