Amazon realiza cortes nas comissões do programa de parcerias do e-commerce
Decisão afeta oito categorias da plataforma de varejo e deve impactar diretamente negócios de terceiros, incluindo veículos como o New York Times e o BuzzFeed
A Amazon planeja cortes significativos no seu programa de afiliações do e-commerce, que prevê parcerias para empresas e usuários que se comprometerem em divulgar ofertas e produtos da plataforma em seus canais. De acordo com a CNBC, a companhia enviou uma mensagem aos associados na terça (14) que as comissões previstas serão reduzidas em diversas categorias, incluindo produtos infantis, de saúde e até compras de mercado do Amazon Fresh.
Válido a partir do próximo dia 21 de abril, as mudanças valem para oito categorias e ajustam as comissões para 1% ou 3% dos valores das compras dos clientes que a realizaram a partir dos links fornecidos pelos associados. A questão é que estas novas faixas de retorno representam quedas sensíveis comparados aos valores previamente estabelecidos, e um bom exemplo do problema são as categorias de móveis e mercado: enquanto o primeiro foi de um retorno de 8% para meros 3%, a redução do segundo para 1% é grande se considerar que antes o preço aos membros do programa envolvidos na área era de 5%.
Embora a companhia não tenha esclarecido publicamente o motivo por trás dos ajustes (nem se eles tem a ver com a atual crise), a decisão impacta negativamente diversos negócios. Isso inclui grandes publicações digitais estadunidenses como o BuzzFeed, o New York Times e a Vox Media, que baseiam parte de sua receita no programa de parcerias da Amazon e devem sofrer algum dano pelo rebaixamento das porcentagens – ainda que existam outros programas com empresas de varejo como a Best Buy e o Walmart, a companhia de Jeff Bezos é responsável hoje por mais da metade das vendas digitais no país.
Os efeitos da mudança devem em breve se juntar à pilha de problemas que a Amazon encara no momento devido à pandemia do coronavírus. Nas últimas semanas, a companhia foi acusada por funcionários de não providenciar medidas de segurança e informes sobre o status da pandemia nos armazéns e foi proibida na França de entregar quaisquer produtos que não sejam itens essenciais, além de ser forçada a criar uma “fila de espera virtual” nos Estados Unidos para lidar com a alta demanda de pedidos do Amazon Fresh e do Whole Foods.
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