Com coronavírus, Uber expande licença médica remunerada a motoristas do aplicativo
Usuários diagnosticados com a doença vão receber pelo menos 50 dólares da empresa, que também vai suspender suas contas para garantir a segurança dos passageiros
O Uber anunciou neste domingo (15) que vai expandir sua política de licença médica a todos os motoristas que testarem positivo para o coronavírus. De acordo com a companhia, a ideia é que de agora em diante os usuários que confirmarem estarem acometidos pela doença tenham suas contas suspensas na plataforma, mas também estejam aptos a receber até 14 dias de pagamento por licença médica.
A medida por enquanto só se aplica para os Estados Unidos, mas a empresa já confirmou que em breve deve ser instaurada nos outros territórios onde atua com modificações pontuais que se ajustem a legislação local. No comunicado oficial, o Uber escreve que o pagamento será calculado com base na média de ganhos dos motoristas nos últimos seis meses de atuação, estando aptos apenas aqueles que completaram pelo menos uma viagem nos 30 dias anteriores a 6 de março.
O plano é que todo usuário do aplicativo acometido pela doença receba nos EUA um pagamento mínimo de 50 dólares durante o período de licença, mesmo tendo realizado uma única viagem. Essa quantidade muda de país para país, mas o cálculo é o mesmo: no exemplo dado pela companhia, um motorista de São Francisco que acumulou uma média de US$ 28,57 por dia estará apto a até 400 dólares em assistência, enquanto um que chegou a uma média diária de US$ 121,42 poderá receber até 1700 dólares durante a licença.
O Uber também declara que os motoristas poderão pedir a compensação em até 30 dias a partir do diagnóstico da doença ou da quarentena.
A companhia não é a única preocupada com a situação dos trabalhadores da gig economy num cenário de rápida disseminação do vírus. A rival Lyft também confirmou nos últimos dias a elaboração de um plano de compensação financeira para os motoristas que se descobrirem portadores do coronavírus ou estiverem postos em quarentena, com os fundos sendo calculados a partir da performance do usuário nas últimas quatro semanas.
De acordo com o The Verge, estes planos vem sendo bem aceitos pelos trabalhadores nos Estados Unidos, mas reclamações perduram sobretudo por conta das opções de corridas compartilhadas. Em pronunciamento oficial, o Sindicato de Motoristas Independentes afirma que “Em tempos nos quais autoridades de saúde pedem por distanciamento social, as companhias de aplicativo não deveriam estar colocando até cinco estranhos numa van”.
Vale ressaltar que, de acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil conta agora com 231 casos confirmados de pessoas infectadas com o coronavírus. Segundo médicos e especialistas em saúde, a melhor forma de evitar a doença e suprimir seu contágio é cobrindo a boca e o nariz com o antebraço ao espirrar, evitando aglomerações e o contato com pessoas infectadas, e lavando as mãos e com frequência.
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