Apesar da pressão, acordo com investidores vai manter Jack Dorsey como CEO do Twitter
Empresa vai comprar de volta US$ 2 bilhões de dólares em ações e acrescentar 2 nomes ao conselho, que vai criar comitê para pensar em um "plano de sucessão" de seu líder para o futuro
Pelo menos por enquanto, Jack Dorsey continua como CEO do Twitter. A companhia anunciou nesta segunda (9) novos acordos que possibilitarão ao executivo permanecer no comando da rede social, com a companhia comprando de volta 2 bilhões de dólares em ações a partir do empréstimo de US$ 1 bilhão concedido pela empresa de investimento Silver Lake.
A manobra também inclui o acréscimo de dois novos nomes no conselho do Twitter, com um sendo apontado pela própria Silver Lake e outro pela Elliott Management. Esta última, um fundo de investimento fundado pelo bilionário e apoiador do partido republicano estadunidense Paul Singer, é responsável pelas pressões das últimas duas semanas para tirar Dorsey do comando, alegando preocupações de governança corporativa – o atual CEO também atua simultaneamente na mesma posição na Square Inc., afinal. A Elliott já havia nomeado quatro nomes ao conselho antes do acordo de hoje.
Embora a posição de Dorsey na empresa esteja garantida no momento, seu futuro ainda parece incerto. No anúncio, o Twitter declara que os novos membros do círculo executivo atuarão junto de outros três veteranos do conselho em um comitê que vai avaliar “o plano de sucessão do CEO”, que deve ser liberado a público até o fim de 2020.
A movimentação interna preocupa porque a Elliott Management, dona de 4% das ações do Twitter e com um fundador republicano, teria poder suficiente hoje para escolher um novo CEO a favor de anúncios políticos na plataforma (e armando a rede social assim para as eleições presidenciais dos EUA). Como lembra o The Verge, essas jogadas não são novidade no fundo de investimento, que se autodeclara “ativista” e chegou a fazer o mesmo tipo de crítica em busca de mudanças drásticas na AT&T – que solucionou a questão a partir de novas metas.
Dorsey, enquanto isso, segue na luta pelo cargo. O CEO já declarou nestas duas semanas que reconsiderou seu plano de se mudar para a África em virtude de se manter próximo da operação das duas companhias que toca, além de ter declarado em uma conferência à Morgan Stanley que teria “flexibilidade suficiente na minha agenda para focar nos aspectos mais importantes” do Twitter e da Square.
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