357 funcionários da Amazon criticam posição contraditória da empresa sobre o aquecimento global

Cerca de 357 funcionários da Amazon lançaram neste domingo (26) uma publicação no Medium que faz críticas diretas a seu empregador e, mais exatamente, seu histórico contraditório sobre a situação climática do globo. Intitulado Amazon Employees for Climate Justice, o grupo reuniu no post comentários de todos os envolvidos sobre o caso, apontando como a companhia busca criar medidas sustentáveis para seu negócio ao mesmo tempo que mantém parcerias com empresas que fomentam a poluição e o aquecimento global.

O “manifesto” sem dúvida é um desafio e tanto à Amazon, que no contrato proíbe seus funcionários de realizar qualquer crítica à empresa. Não bastando isso, o CNET reporta que a publicação do documento acontece poucas semanas depois de alguns empregados relatarem que foram ameaçados de demissão pela empresa por discutirem publicamente a questão.

O que levou o grupo a divulgar a carta, porém, foi mesmo a gravidade das consequências da Amazon em manter essa posição contraditória sobre o tema. “Toda pessoa que dividiu sua declaração teve que decidir por si mesma que, apesar das consequências, ela precisava tomar uma posição sobre o que ela julgava ser o correto” escreve a engenheira de software Victoria Liang na divulgação do post; “A crise climática é urgente assim. Nós não podíamos ser silenciados por estas políticas em assuntos de tamanho peso moral”.

Entre os comentários feitos pelo grupo, os membros criticam não apenas a ligação da Amazon com companhias de extração de óleo e gás como chamam a atenção para o comedimento da empresa com seus compromissos sustentáveis, incluindo a promessa de Jeff Bezos em tornar o negócio livre das emissões de carbono até 2040 – alguns lembram que a Microsoft chegou a fazer o mesmo comprometimento mirando 2030 como data final, por exemplo.

A Amazon ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, incluindo aí a declaração sobre o futuro dos funcionários na empresa.