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Com “Mulher-Maravilha 1984”, Warner Bros. eleva CCXP a palco global

Apresentação histórica ainda contou com novos detalhes de produções como "Invocação do Mal 3" e "Em Um Bairro de Nova York", além da promessa de "The Batman" na edição 2020 do evento

por Pedro Strazza

Dentre os estúdios que investem na CCXP desde sua primeira edição, a Warner Bros. sempre pareceu aquele que vinha ao evento de forma mais tímida e calculada. Se por um lado a marca bancou uma pré-estreia de seu “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” logo em 2014, até o ano passado permanecia a lei de guardar os celulares em saquinhos para impedir qualquer acesso aos materiais exibidos, fossem eles valiosos ou banais – vide a apresentação desastrosa de 2017, com direito a anúncio de projetos que nunca saíram do papel.

Mas depois de surpreender em 2018 com um painel seguro em convidados e conteúdo, o estúdio este ano mostrou ter resolvido bancar de vez a aposta no evento e trazer ao auditório Cinemark o filé mignon de seus calendário de lançamentos para 2020, algo que já havia se notado não apenas nos anúncios como na apresentação de quinta-feira dedicada a “Aves de Rapina”. O painel de domingo, porém, era o jogo maior da Warner, especialmente porque seria ali que a companhia tornaria a CCXP em seu palco para a estreia do trailer de “Mulher-Maravilha 1984”, sem sombra de dúvida sua principal produção do próximo ano.

Mas ainda que o investimento fosse alto e o público tivesse plena consciência do nível do empreendimento da marca no evento, o que se viu no auditório Cinemark no fim da tarde de hoje (8) ainda conseguiu ser acima de todas as expectativas imaginadas por qualquer um dos presentes no espaço. A Warner poderia ter feito de novo o jogo seguro e garantido (havia como, pelo menos), mas preferiu tomar o passo extra, materializando o espetáculo que se esperava de um evento do porte.

Para a CCXP, a notícia foi a melhor possível. Embora reforce e mostre ano após ano taxas de crescimento inacreditáveis, foi com “Mulher-Maravilha” e a Warner Bros. que pela primeira vez a convenção se elevou ao tão desejado nível de palco global, reinando com razão como centro das atenções na mídia. Mesmo a brilhante apresentação da Sony no ano passado (que ainda continua suprema no quesito “vibração”, vale dizer) não foi capaz de fazer na CCXP o que foi realizado pela Warner – e se depender do número de executivos do estúdio e as promessas feitas no palco, a tendência é que este palco aumente ainda mais.

Metralhadora de informação

Antes do prato principal, entretanto, é bom ressaltar que os primeiros movimentos da Warner no domingo já denunciavam o nível do painel que havia sido preparado pelo estúdio. Com uma hora na programação para mostrar parte de seus principais projetos para 2020, a companhia entrou em ritmo acelerado e com conteúdo de sobra para entreter a audiência sedenta pelo trailer de “Mulher-Maravilha”.

Foi uma sucessão rápida e muito precisa de acontecimentos, mas que começaram com uma passagem inusitada e dedicada à animação “Scooby”. Apresentador desta primeira parte da apresentação, Marcos Mion trouxe ao palco um homem vestido de Scooby-Doo para animar a torcida e introduzir o dublador Alexandre Drummond, neto do lendário Orlando Drummond e que vai assumir o posto do avô como voz do cachorro de Salsicha no novo filme baseado na animação da Hanna-Barbera. O momento emocionante veio quando o próprio Orlando surgiu no telão para brincar com o público e de certa forma “abençoar” Alexandre com o cargo.

A partir daí o trem acelerou. Em questão de pouquíssimos minutos, Mion relembrou que “Tom e Jerry”, “Space Jam 2” e “DC Super Pets” estão agendados para sair respectivamente em 2020, 2021 e 2022 e já passou para a exibição de um making of exclusivo de “Em Um Bairro de Nova York”, musical que o estúdio prepara para agosto do ano que vem. Adaptação da peça “In the Heights” de Lin-Manuel Miranda (que assina a produção do projeto) pelas mãos de Jon M. Chu, o vídeo deu uma panorama geral da ostentação visual que o longa deve ser, incluindo os números musicais extremamente coreografados e a inserção no cenário do bairro multicultural de Washington Heights.

Mas se isso parecia ser o único material exclusivo, logo em seguida mais dois filmes muito antecipados pelo público da CCXP ganharam informações inéditas no palco. Enquanto “Invocação do Mal 3” recebeu o subtítulo oficial “A Ordem do Demônio” e uma prévia que mostra que a trama será centrada no primeiro caso de assassinato em que o culpado se declarou inocente pelas vias da possessão demoníaca, o “Tenet” de Christopher Nolan enfim debutou no país a sua primeira prévia, que havia ficado exclusiva dos cinemas dos Estados Unidos e Reino Unido ao ser exibido em sessões de “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw” (mesmo tendo vazado na rede algum tempo depois).

O grande furor do painel geral da Warner, entretanto, veio na sequência com a parte dedicada à DC Comics. Além de passar mais uma vez a prévia exclusiva de “Aves de Rapina” de quinta e mostrar um recado de James Gunn e Alice Braga do set do novo “Esquadrão Suicida”, o diretor Matt Reeves apareceu no telão do auditório para anunciar que “The Batman”, a nova versão do homem-morcego nas telonas estrelado por Robert Pattinson, será uma das atrações do estúdio na CCXP em 2020. O público, claro, foi à loucura.

Status de realeza

Depois de um rápido intervalo, a panela de pressão que era o auditório Cinemark definitivamente estava prestes a explodir, e os organizadores estavam preparados para abrir a tampa. Primeiro painel da história da CCXP a ser transmitido ao vivo, a apresentação de “Mulher-Maravilha 1984” foi tocada pela Warner como um verdadeiro espetáculo circense, com direito a todo tipo de pirotecnia visual para aumentar a adrenalina do público perante as presenças de Gal Gadot e Patty Jenkins.

Teve de tudo: de um verdadeiro show de luzes feito a partir de braceletes distribuídos ao público a cosplayers da heroína para introduzir Gadot no palco, o painel se desenrolava para dar forma a toda a potência do show. Jenkins e a protagonista também não foram tímidas na hora de dar detalhes da trama, que deve agora mostrar Diana em seu momento mais solitário e em combate com múltiplos vilões numa trama de conspiração.

Ainda sobre a escolha inusitada dos anos 80 para situar a história da continuação, a diretora foi enfática ao afirmar que a Mulher-Maravilha “sinônimo dos anos 80” e que por isso o ambiente soou como uma ótima ideia para a história. Gadot também confirmou que a produção investiu o máximo em efeitos práticos, afim de conferir o máximo de fisicalidade à ação do longa.

Não demorou muito para as atenções recaírem sobre o esperado trailer, porém, com a dupla revelando de surpresa que o público do evento teria direito a uma versão estendida da prévia com um minuto extra de cenas. A partir daí os presentes foram à loucura: pela primeira vez desde a aparição de James Gunn no palco há três anos, a audiência na parte stadium do auditório voltou a bater os pés no chão em uníssono para comemorar o material, juntando ao coro uníssono de gritos uma camada extra de celebração.

O material inédito em si dá maior espaço para a ação, apresentando detalhes da cena do confronto de Diana com Maxwell Lord (Pedro Pascal) e seus capangas. Embora ferida no ombro por uma bala, a heroína é capaz de derrotar os vilões com o laço da verdade, que a princípio prende o líder e depois para as balas disparadas por seus subalternos – antes que ela possa pegá-lo de vez, entretanto, a Mulher-Leopardo de Kristen Wiig surge em cena uniformizada para confrontá-la, com a cena ficando em suspenso enquanto as duas se encaram. Há ainda outro momento expandido envolvendo o laço na perseguição de carros no deserto, quando a heroína usa a arma para impedir que uma bala atinja o recém-ressuscitado Steve Trevor (Chris Pine) enquanto ela persegue a pé os caminhões na rodovia.

Exibido duas vezes no auditório, a prévia levou o público à loucura e concluiu em meio a explosões de confete um painel que só poderia ser definido na epítome do histórico.

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