Senador nos EUA propõe lei que elimina ferramentas viciantes das redes sociais
Proposta pede o banimento de funções como o scroll infinito e a autorreprodução para impedir plataformas de usar “práticas que exploram a psicologia humana”
O senador republicano do Missouri Josh Hawley introduziu hoje no Senado dos Estados Unidos uma proposta de lei que mira as ferramentas usadas por redes sociais para “viciar” seus usuários em suas plataformas. De acordo com o documento, a ideia de Hawley com o projeto é de “proibir empresas de redes sociais de realizar práticas que exploram a psicologia humana ou o cérebro humano que impedem de forma substancial a liberdade de escolha”, além de obrigar as mesmas companhias a “tomar medidas que mitigam os riscos de vício na internet”, entre outras doenças proporcionadas pelo hábito.
A lei é oficialmente nomeada pelo senador de Social Media Addiction Reduction Technology (Smart) Act e prevê o banimento das seguintes funções das redes sociais caso seja aprovada:
Scroll infinito e auto-atualização: ferramenta que permite que os aplicativos automaticamente atualizem a timeline e disponibilizem conteúdos adicionais quando o usuário chega ao fim da página;
Ausência de pontos de parada: função que permite aos aplicativos disponibilizar mais conteúdos mesmo o usuário estando longe de chegar ao fim da página;
Autorreprodução: ferramenta que reproduz de forma automática os vídeos e faixas sonoras (além de publicidade) sem que o usuário peça;
Prêmios de engajamento: sistema de recompensas que privilegia os usuários que passam mais tempo ativos na plataforma, desde que este não providencie novas ferramentas e funções para sua experiência na rede social.
Em um tweet publicado em seu perfil oficial, Hawley declara que criou o projeto da lei porque empresas como o Facebook, o Twitter e o Snap Inc. “abraçaram” o vício como modelo de negócios. “A ‘inovação’ deles não é feita para criar produtos melhores, mas chamar a atenção usando truques psicológicos que tornam impossível não olhar” escreve o senador:
A proposta necessariamente precisa ser aprovada pelo Congresso estadunidense para passar a valer mas, caso isso se confirme, as empresas do Vale do Silício teriam até três meses para mudar o funcionamento de suas plataformas de forma a atender a nova regulação no país – o que provavelmente significaria alterações radicais em seus respectivos modos de operação ao redor de todo o globo. A questão é que, como qualquer outra lei, a legislação precisaria de amplo apoio de ambos os lados democrático e republicano para de fato ir para frente, uma condição que parece muito difícil de acontecer dado as dinâmicas de lobby habituais que permeiam estas votações.
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