Um caldeirão de referências no Singularity Summit
Primeiro dia do evento coloca em perspectiva o ritmo de mudanças tecnológicas em que a sociedade se encontra
A premissa da Singularity Summit é tão nobre quanto grandiosa: como podemos endereçar as grandes questões da humanidade a partir das tecnologias exponenciais?
Grande parte desta fala tem o complexo desafio de demonstrar a abundância já existente. Afinal, temos nos nossos bolsos o mesmo poder computacional que a NASA tinha na época em que Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar na Lua. O que fazemos com todo este poder foi o primeiro questionamento do anfitrião Jeffrey Rogers. E se fizemos um upgrade na nossa caixinha de ferramentas para lidar com as questões do novo milênio, também precisamos fazer esta mesma “atualização operacional” no nosso mindset, certo?
Veja a forma como a Deloitte faz um framing muito bacana do que significam estas mudanças para uma criança de 5 anos hoje.
Quando se colocam em perspectiva as próximas revoluções tecnológicas, nos damos conta de que este ritmo alucinante de mudanças e disrupções que estamos vivendo agora é o momento mais “tranquilo” que vamos experienciar nos próximos 15 anos. E de chacoalhão em chacoalhão, seguimos o primeiro dia de Singularity falando de moonshots, fazendo perguntas tão inquietantes quanto “a quem pertencem os dados do meu sequenciamento genético” e tentando “matar a versão oficial do futuro”, que é distópica na melhor das análises, como sugere o emblemático artigo “Killing the Official Future”.
Para inspirar vocês e motivar a ler os próximos artigos da cobertura do evento, vejam 3 pérolas encravadas nas falas dos palestrantes de hoje:
Você já parou para pensar que a natureza pode ser fonte de inspiração e mentora da inovação e não somente uma fonte de materiais para serem extraídos? Com o lema “Create, don’t destroy”, essa é a ideia por trás da Modern Meadow, uma empresa que usa a biotecnologia para criar um novo mundo de materiais. Welcome to the world of biofabrication!
Se você estava se perguntando por onde anda James Cameron, fique de olho neste documentário produzido por ele: “The Game Changers”. O filme conta a história de James Wilks, treinador e vencedor do Ultimate Fighter que viaja pelo mundo na busca pela verdade do maior mito da alimentação: a ideia de que carne é necessária para uma dieta equilibrada. Conversando com atletas de elite, soldados e cientistas visionários, sua visão altera a forma como vemos a comida e a definição do que é a verdadeira força.
Você imagina que existe um projeto que mapeia o vírus do Zika a partir de um device ultra tecnológico que cabe na palma de sua mão? Pois este é o projeto ZIBRA, que utiliza o MinION em uma colaboração com a FIOCRUZ e o Instituto Evandro Chagas para sequenciar 750 genomas do ZIKV nos rincões desse país.
É realmente notável o mashup de referências e a capacidade do Singularity Summit de trazer conteúdos científicos e grandes questões da humanidade para os responsáveis pelas decisões de grandes empresas, que muitas vezes pouco conseguem respirar fora de seus dilemas corporativos. Bora que amanhã tem mais!
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