Não voe por Congonhas
São devaneios, não ligue se achar esse post confuso:
Toda vez que viajo de avião, pego aquele cartão com instruções de segurança (“o assento pode ser usado como bóia”, “coloque a cabeça entre as pernas”) e acho graça, são situações um pouco estranhas de ter que explicar pras pessoas. Vendo aquelas bizarras ilustrações, fico imaginando que manobras de Indiana Jones eu faria caso realmente acontecesse alguma coisa com o avião. Coisa de maluco, eu sei.
Mas depois de ver tantos casos, e pior, ter que voar depois do acidente da Gol, impossível não pensar: será que tá tudo funcionando nessa joça? Agora, depois de terça-feira, vai ser mais uma questão para me preocupar: Será que esse treco vai pousar direito?
Se começar a chover então, é abrir a porta de segurança e se jogar segurando um lençol. O pouso certamente vai ser mais seguro. Ok. Estou exagerando.
Mas o que interessa mesmo é que esse ano já voei algumas vezes por Congonhas, TAM também, desci ali mesmo naquela fatídica pista, e quando acontece um acidente desses é impossível não pensar que podia ser eu, alguém da minha família, algum amigo. Quem está livre disso? Entrar, viajar, e descer de um avião deveria ser a coisa mais simples do mundo.
Por essas e outras que estou apoiando o movimento “Não voe por Congonhas”: “Pouco importa se a falha foi técnica ou erro humano. O fato é que Congonhas tornou-se inviável. Sem área de escape, com aviões cada vez maiores, é evidente que outras tragédias virão. Como está, não pode ficar. Se eu e você não voarmos mais por lá, quem sabe as coisas não começam a mudar?”
Uma vez esqueci o documento e perdi um vôo, tive que esperar quase quatro horas pelo próximo. Reclamei, me achei muito azarado de esquecer uma simples identidade. A minha reclamação mental durou 5 segundos. Olhei pra cafeteria ao lado, peguei uma revista e esperei. Nessa roleta russa, é melhor não reclamar do destino, ou seja lá o nome que você dê pra isso.
Dá próxima vez, como já disse o saudoso Douglas Adams, vou usar o gerador de improbabilidade infinita, “uma nova e maravilhosa invenção que possibilita atravessar imensas distâncias interestelares num simples zerézimo de segundo, sem toda aquela complicação e chatice de ter que passar pelo hiperespaço.”
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