Ben & Jerry’s deve produzir sorvete com infusão de canabidiol em breve
Empresa afirmou que pretende começar a produção dos sorvetes assim que o extrato da Cannabis for legalizado a nível federal nos Estados Unidos
A Ben & Jerry’s é mais uma empresa a revelar seus planos de aproveitar o crescimento da indústria do canabidiol (CBD), o componente não psicoativo da maconha. A fabricante de sorvetes afirmou que pretende produzir alguns de seus produtos com uma infusão de CBD, assim que o extrato da Cannabis for legalizado a nível federal nos Estados Unidos.
Atualmente, o órgão regulador Food and Drug Administration (FDA) dos EUA ainda proíbe a adição de CBD em alimentos e bebidas. Porém, o eles anunciaram uma audiência pública sobre a legalização do componente para amanhã (31/05).
Sabendo dessa audiência, a Ben & Jerry’s pediu que seus clientes entrem em contato com a FDA durante o período de consulta pública sobre o uso do CBD em alimentos, período esse que vai até julho. A intenção é: “quanto mais pedidos, melhor”.
Segundo a FDA, o órgão vai usar comentários do público para mostrar às autoridades federais que a legalização do CBD na indústria de alimentos e bebidas “procura explorar potenciais caminhos para suplementos dietéticos e/ou alimentos convencionais que contenham CBD para serem legalmente comercializados”. É, basicamente, uma forma de mostrar que esse mercado vai gerar um bom lucro.
Já de olho nisso, a Ben & Jerry’s, que pertence à Unilever, está pesquisando um CBD de origem sustentável produzido em Vermont, onde a empresa está sediada. Segundo Matthew McCarthy, CEO da Ben & Jerry’s, a empresa só está atendendo a um pedido de seus clientes: “Nós amamos nossos fãs mais do que eles nos amam, e queremos dar a eles o que eles estão procurando de uma forma divertida”, explica.
Legalização nos Estados Unidos
Apesar do conservadorismo crescente nos Estados Unidos, a posição do governo de Donald Trump em relação à legalização da maconha e de componentes derivados da Cannabis é um tanto confusa.
Desde sua campanha, Trump prometeu deixar a questão da legalização da maconha por conta de cada estado, coisa comum no país. Mesmo nomeando Jeff Sessions como seu procurador-geral – que é abertamente contrário à legalização de qualquer droga – Trump acabou se mostrando mais aberto em relação aos derivados da Cannabis, chegando até mesmo a sancionar, em dezembro de 2018, a legalização do cânhamo como produto agrícola, podendo ser cultivado em grande escala.
O cânhamo é nada mais que a fibra da Cannabis, e é extraído da cannabis ruderalis, que é mais fibrosa e não contém princípios psicoativos como o THC. Até sua liberação, ele era listado como uma droga da Classe I sob a lei da substância controlada.
Os esforços para conseguir a legalização do CDB no país vêm ganhando força à medida que mais estados legalizam a maconha para a recreação. Além disso, o componente ainda tem um grande apelo em relação aos seus benefícios para a saúde, desde a melhora do sono até a redução da ansiedade.
Segundo a empresa de análises New Frontier Data, em 2018, o comércio de produtos com CBD movimentou, aproximadamente, US$ 390 milhões. As projeções é que até 2022 esse número ultrapasse US$ 1,2 bilhão.
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