WhatsApp está sendo usado na Alemanha como ferramenta de propaganda neonazista
Grupos falam sobre perseguir e agredir judeus, refugiados e pessoas de esquerda dentro de grupos criados na plataforma
A exibição de qualquer símbolo nazista ou apologia à esta ideologia são ilegais na Alemanha. Os neonazistas, entretanto, estão utilizando outros meios para propagar seu discurso de ódio: sem poder manifestar-se abertamente nas ruas, agora eles utilizam o WhatsApp. Segundo o BuzzFeed News, usuários alemães do aplicativo de mensagens estão utilizando a plataforma para espalhar discurso e propaganda de extrema-direita por figurinhas e mensagens.
O BuzzFeed News se infiltrou em nove grupos de WhatsApp desde outubro e avaliou dezenas de milhares de mensagens enviadas por estes ativistas de extrema-direita. Entre as diversas ideias propagadas, há símbolos glorificando o terceiro Reich e Adolf Hitler, além de conteúdo antissemita e imagens criadas pela ferramenta de stickers. Há também mensagens incitando violência e ameaças a refugiados e pessoas de esquerda.
Esses grupos possuem nomes como “A tempestade alemã” e “Ku Klux Klan internacional”. A quantidade de membros desses grupos varia geralmente entre 90 e 250 pessoas, chegando sempre próximo ao limite permitido pelo WhatsApp.
“Assim que o WhatsApp permitiu criar e compartilhar stickers, a extrema-direita inundou seus grupos com símbolos nazistas” diz um membro do Fórum Judeu pela Democracia e Contra o Antissemitismo, grupo que tem agido para que o WhatsApp tome providências sobre o caso.
“Esses stickers antissemitas são inaceitáveis e nós não os queremos no WhatsApp”, disse um porta-voz do WhatsApp ao BuzzFeed News; “Nós condenamos esse ódio. Se um usuário recebe um sticker com conteúdo ilegal, nós pedimos para que ele denuncie para o WhatsApp”.
O Facebook já tem se movimentado bastante para combater o antissemitismo e demais discursos de ódio de grupos de extrema-direita e ultra nacionalistas. Há menos de um mês, vários grupos separatistas e nacionalistas brancos foram banidos da rede social. Com o WhatsApp (que é do Facebook), porém, ainda há uma demora para que uma ação mais incisiva seja tomada.
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