Ex-funcionário da Nike processa empresa por racismo
Funcionário natural da Índia garante que ganhava menos que colegas brancos e enfrentou discriminação racial durante os três anos em que trabalhou na empresa
A Nike está enfrentando um processo de racismo feito por um de seus ex-funcionários. Ahmer Inamque, natural de Nova Delhi, (Índia) trabalhou na multinacional como Diretor Sênior de Análises Avançadas, e alega que enfrentou discriminação racial durante os três anos em que trabalhou na empresa.
Segundo consta no processo movido por Ahmer, ele recebeu “tratamento desigual baseado em sua raça, cor e origem nacional”. Ele ainda afirma que recebia menos que funcionários brancos e foi submetido a um “tratamento hostil e intimidador”.
O ex-funcionário garante que relatou todos esses problemas para o CEO da Nike, Mark Parker, no ano passado. Mas, depois disso, o CEO teria o suspendido do trabalho por meses, não deixado outra alternativa a Ahmer senão pedir sua própria demissão.
Para Dana Sullivan, advogada que está cuidando do caso de Ahmer, a situação escancara a hipocrisia da empresa: “Este caso revela a hipocrisia do esforço de marketing da Nike para se apresentar como um defensor da diversidade”, comenta. O processo visa uma indenização por danos financeiros de US$ 516.000 e danos não financeiros e honorários de US$ 350.000.
Em comunicado a Nike disse que não pode comentar o caso, por ainda estar em andamento, mas que a empresa “está comprometida em criar uma cultura de capacitação e respeito onde todos possam ter sucesso e contribuir para o nosso sucesso”.
No ano passado, quatro ex-funcionárias da Nike também processaram a empresa alegando discriminação sexual e relatando um ambiente de trabalho hostil dentro da empresa.
Tudo isso vai extremamente contra as mensagens que a Nike tem promovido em suas últimas campanhas, incluindo a polêmica campanha com o jogador de futebol americano Colin Kaepernick, justamente contra o racismo.
Seria a Nike mais um caso de “De que vale um discurso bonito se, na prática, a história é outra”?.
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