Este vídeo te mostra porque “Bohemian Rhapsody” não merecia mesmo o Oscar de Melhor Montagem
Sobra até comparação com filme do Michael Bay para provar que a cinebiografia do Queen é um grande exemplo de má montagem
Em meio a tantas decisões polêmicas, a última edição do Oscar talvez tenha causado maior discórdia entre os amantes da sétima arte ao resolver eleger “Bohemian Rhapsody” como grande vencedor do prêmio de montagem. A vitória do montador John Ottman na categoria provocou todo tipo de reação nas redes sociais, que não demoraram a ressuscitar trechos do longa “dirigido” por Bryan Singer onde a condução das cenas era tudo menos… brilhante.
Embora o escárnio esteja solto no mundo da internet e o triunfo de “Bohemian Rhapsody” na categoria seja de fato bastante questionável, quase ninguém se prestou a ir além das piadas e explicar de maneira didática o porquê da montagem da cinebiografia do Queen ser tão deplorável assim. Até porque tudo parece estar óbvio demais para se criticar, dos múltiplos cortes desnecessários ao ricocheteio constante de planos se alternando na tela.
O youtuber Thomas Flight, porém, decidiu sentar e explicar a questão para quem até agora está vendo com ceticismo a avalanche de criticismo sobre o filme e suas vitórias. Em seu canal de vídeo-ensaios sobre cinema, TV, publicidade e redes sociais, Flight lançou na última sexta (14) a publicação “Bohemian Rhapsody’s Bad Editing Breakdown”, onde ele ilustra de maneira bastante didática o porquê do trabalho de Ottman ser, em suas palavras, “um perfeito exemplo de má montagem”, usando como base a infame cena da primeira reunião da banda com o seu primeiro agente, interpretado por Aidan Gillen.
De acordo com Flight, os erros do trabalho de “Bohemian Rhapsody” na sala de edição se resumem a três núcleos centrais – a falta de motivação nos cortes, as seguidas quebras da continuidade espacial e o péssimo ritmo acelerado pra manter o público “atento” aos movimentos da história – mas que habitam a hiperatividade do número de planos por minuto. O exemplo mais emblemático do vídeo está na comparação do projeto com “Transformers: O Último Cavaleiro”, mais recente trabalho de Michael Bay: se no quinto capítulo da saga dos Autobots a cena da luta entre Optimus Prime e Bumblebee a média de planos por minuto é de 2,8 segundos, no filme do Queen ela chega ao nível ridículo de 1,8 segundos para uma cena de reunião – o que não faz o menor sentido se você considerar, bem, a natureza da situação retratada nos dois momentos.
Você pode assistir o vídeo na íntegra acima e se inscrever no canal de Flight aqui. “Bohemian Rhapsody” atualmente está disponível em DVD e Blu-Ray, além de locação em diferentes serviços digitais.
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