Facebook não desmente história sobre moderadores de conteúdo, mas promete maior controle
Empresa não desmentiu as denúncias feitas em novo relatório, que aponta o quão nocivo para a saúde mental são os cargos de moderadores de conteúdo na plataforma
Um novo relatório do The Verge aponta as condições de trabalho nada saudáveis dos moderados de conteúdo do Facebook. É sabido que o controle de conteúdos proibidos na plataforma é feito por uma mistura de trabalho humano e ferramentas que usam inteligência artificial, e a reportagem do The Verge mostra o quanto trabalhar com esse material diariamente é nocivo para a saúde mental dos moderadores.
No relatório que detalha as condições de trabalho, vemos que esses funcionários lidam o tempo todo com temas como sexo, drogas e discursos de ódio, sempre em versões nada leves. O treinamento inicial para se tornar um moderador de conteúdo do Facebook é tão intenso, que algumas pessoas “falham no programa antes mesmo de começar”.
Um dos grandes problemas apontados é a falta de um bom time de profissionais que lidam com saúde mental para dar suporte a esses moderadores. Há casos, por exemplo, que o funcionário passou a levar uma arma para o trabalho com medo de presenciar algum surto de um colega. Em outro caso citado na reportagem, funcionários começaram a acreditar nas teorias da conspiração que deveriam estar moderando e eliminando da plataforma.
Depois do relatório, o vice-presidente de operações do Facebook, Justin Osofsky, divulgou um comunicado que não cita que a reportagem em si, mas responde à ela garantindo que a empresa está comprometida “em trabalhar com nossos parceiros para exigir um alto nível de apoio a seus funcionários”.
Justin lembra que grande parte desse trabalho é feito através de empresas parceiras do Facebook, como a Cognizant, onde os casos citados teriam acontecido: “Essas parcerias são importantes porque nos permitem trabalhar com empresas estabelecidas que têm uma competência essencial nesse tipo de trabalho e que podem nos ajudar a melhorar rapidamente o suporte a idiomas e localização”.
Através do comunicado, o Facebook também se compromete a melhorar as condições de trabalho de seus funcionários, padronizando seus contratos e buscando um feedback dos mesmos. A empresa também diz estar criando uma “linha direta de denúncias” para facilitar o processo verificação de conteúdos impróprios na plataforma.
No fim, a empresa não negou de fato as acusações, só prometeu melhorar as condições de trabalho dos moderadores de conteúdo.
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