Disney deve deixar de ganhar 150 milhões de dólares este ano por conta do Disney Plus
Perda significativa nos lucros, porém, é vista por Bob Iger e a CFO Christine McCarthy como parte de um investimento maior e a longo prazo da empresa
A Disney se prepara para lançar no fim deste ano a sua ambiciosa plataforma de streaming, o tal do Disney Plus que promete ser regido pelo imenso catálogo de marcas e propriedades intelectuais poderosas da empresa. A decisão de desenvolver e gerir um serviço do tipo acarreta em algumas consequências, porém, incluindo a perda de 150 milhões de dólares só em ganhos com licenciamentos de propriedades para os futuros rivais do mercado.
É o que dizem, pelo menos, o CEO Bob Iger e a CFO Christine McCarthy sobre o próximo ano fiscal do estúdio. A informação foi parte de uma longa reunião trimestral da empresa com seus investidores, onde a companhia deu maiores detalhes sobre o plano de reajuste de seu atual modelo de negócios frente a inevitabilidade do impacto da plataforma de streaming. E os efeitos não devem demorar muito para acontecer, já que McCarthy adiantou que “Capitã Marvel”, próximo grande lançamento do Marvel Studios, já deixará de possuir qualquer licenciamento após sua entrada no mercado físico e será vendido como um produto exclusivo do Disney Plus.
Por maior que seja o rombo – que de acordo com a CFO deve ser sentido na segunda metade do ano fiscal, que termina no fim de setembro – a perda de tamanha quantidade de lucro é algo que a Disney no momento vê como uma espécie de plano maior. “Os investimentos que estamos fazendo no lado tecnológico e no crescimento de nosso conteúdo foram elaborados para o longo prazo. Este é o equivalente a liberar capital para que nós possamos construir parques temáticos” afirmou Iger na reunião, onde também classificou o streaming como “o futuro de nosso negócio”: “Nós estamos aplicando nosso capital para que o crescimento a longo prazo desta companhia seja mais forte que o que seria sem estes investimentos”.
O CEO também revelou no encontro que o que o motivou a lançar o Disney Plus foi o crescimento expansivo da ESPN Plus, serviço de streaming do canal que desde o debute no ano passado já acumula cerca de dois milhões de assinantes. A ideia, inclusive, seria de aplicar o modelo da ESPN no novo canal, abusando das plataformas de marketing da empresa para impulsionar os números.
Além disso, Iger também comentou na reunião que espera que o time dos canais FX comecem a criar conteúdo para o Hulu assim que a compra da 21th Century Fox esteja concluída. Os planos da Disney com o canal, que passará ao controle majoritário da empresa após a aquisição da Fox, são por enquanto um tanto vagos, com o CEO apenas sugerindo na reunião que o Hulu será uma opção “adulta” para seu ecossistema de serviços de streaming e confirmando que eventualmente ele será lançado nos mercados internacionais.
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