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Para J.P. Morgan, solução para Apple dominar o mercado audiovisual é simples: comprar a Netflix

A ideia soa louca no papel, mas aos olhos da empresa a compra do serviço de streaming seria uma estratégia mais inteligente que criar a própria plataforma

por Pedro Strazza
Capa - Para J.P. Morgan, solução para Apple dominar o mercado audiovisual é simples: comprar a Netflix
Imagem: The Netflix application is seen on an Apple iPhone on October 1, 2018. Analysts predict new shows on the streaming service will bolster Netflixs position as leader of streaming content in 2019. (Photo by Jaap Arriens/Sipa USA)

A guerra do streaming aos poucos vai se aproximando de nossas cabeças, conforme a Apple e a Disney se preparam para lançar no mercado seus próprios serviços do tipo para criar uma concorrência real à Netflix. Mas ainda que ambas as empresas estejam criando um line-up de produções já invejável para muito streaming por aí, a questão de como vencer a gigante vermelha do cenário permanece por enquanto sem resposta – ainda mais depois de sua consagração na recente temporada de premiações.

Aos olhos de Samik Chatterjee, porém, a solução é relativamente simples. De acordo com o analista da J.P. Morgan, um dos bancos mais tradicionais dos Estados Unidos e atual terceira maior empresa do mundo, pelo menos para a Apple o truque seria eliminar a concorrência comprando-a. Isso mesmo: a J.P. Morgan acredita que a empresa da maçã só precisa comprar a Netflix para se tornar a maior fornecedora de conteúdo do mundo.

À CNBC, Chatterjee afirma que uma negociação do tipo pela Apple seria um investimento perfeito aos atuais 250 bilhões de dólares que a empresa acumula. “Nós pensamos que a Netflix é uma estratégia adequada para a posição de liderança tanto por questões de nível de engajamento quanto de conteúdo original, algo que os diferenciaria dos agregadores de conteúdo puro” declara o analista, que também afirma que há muito mais “valor” no ato de adquirir o jogador mais bem sucedido do mercado que comprar um menor e mais fraco.

Além disso, o analista aponta três razões maiores para a Apple fazer tal investimento. Em primeiro lugar, a Netflix seria a opção perfeita para a atual preferência da marca por um “agregador de conteúdo”, com sua popularidade servindo muito melhor que a de qualquer outro estúdio; em segundo, o modelo de negócios o streaming se encaixa com a estratégia vertical da Apple, que preza um controle total sobre todas as partes de produção.

Por último, a Netflix seria um streaming muito mais fácil de se adquirir em relação ao Hulu e o Amazon Prime, que já contam com donos bastante poderosos e endinheirados.

A aquisição, porém, não sairia barata (insira aqui o mesmo gif do Capitain Obvious acima). Segundo os cálculos de Chatterjee, a compra da Netflix provavelmente representaria um gasto de quase 189 bilhões de dólares dos cofres da Apple no atual estado das coisas, ainda mais porque o serviço de streaming vale atualmente 148 bilhões e acumula uma dívida de 7.

Mas por mais exorbitantes que sejam os números, a compra da Netflix aos olhos de Chatterjee seria uma opção ainda muito melhor que a atual criação de um serviço de streaming próprio que a empresa planeja, muito porque o mercado de streaming encontra-se saturado: “Streaming de vídeo, incluindo conteúdo original, é um cenário muito competitivo com casas de mídia já muito estabelecidas e tradicionais competindo agressivamente com novas plataformas por mais e mais assinantes, o que provavelmente dificultaria muito qualquer novo grande serviço a competir com eficácia” afirma.

É bom lembrar, todo este papo da J.P. Morgan é até aqui a mais pura especulação e não se baseia em nenhuma negociação real entre as empresas. Vale apontar, porém, que, além de uma compra dessas não ser uma total loucura em um mundo de WarnerMedia e Disney dona da Fox, nesta segunda (4) em que a matéria da CNBC foi divulgada as ações da Apple e da Netflix fecharam em alta de 2,1% e 2,5%, respectivamente.

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