Para J.P. Morgan, solução para Apple dominar o mercado audiovisual é simples: comprar a Netflix
A ideia soa louca no papel, mas aos olhos da empresa a compra do serviço de streaming seria uma estratégia mais inteligente que criar a própria plataforma
A guerra do streaming aos poucos vai se aproximando de nossas cabeças, conforme a Apple e a Disney se preparam para lançar no mercado seus próprios serviços do tipo para criar uma concorrência real à Netflix. Mas ainda que ambas as empresas estejam criando um line-up de produções já invejável para muito streaming por aí, a questão de como vencer a gigante vermelha do cenário permanece por enquanto sem resposta – ainda mais depois de sua consagração na recente temporada de premiações.
Aos olhos de Samik Chatterjee, porém, a solução é relativamente simples. De acordo com o analista da J.P. Morgan, um dos bancos mais tradicionais dos Estados Unidos e atual terceira maior empresa do mundo, pelo menos para a Apple o truque seria eliminar a concorrência comprando-a. Isso mesmo: a J.P. Morgan acredita que a empresa da maçã só precisa comprar a Netflix para se tornar a maior fornecedora de conteúdo do mundo.
À CNBC, Chatterjee afirma que uma negociação do tipo pela Apple seria um investimento perfeito aos atuais 250 bilhões de dólares que a empresa acumula. “Nós pensamos que a Netflix é uma estratégia adequada para a posição de liderança tanto por questões de nível de engajamento quanto de conteúdo original, algo que os diferenciaria dos agregadores de conteúdo puro” declara o analista, que também afirma que há muito mais “valor” no ato de adquirir o jogador mais bem sucedido do mercado que comprar um menor e mais fraco.
Além disso, o analista aponta três razões maiores para a Apple fazer tal investimento. Em primeiro lugar, a Netflix seria a opção perfeita para a atual preferência da marca por um “agregador de conteúdo”, com sua popularidade servindo muito melhor que a de qualquer outro estúdio; em segundo, o modelo de negócios o streaming se encaixa com a estratégia vertical da Apple, que preza um controle total sobre todas as partes de produção.
Por último, a Netflix seria um streaming muito mais fácil de se adquirir em relação ao Hulu e o Amazon Prime, que já contam com donos bastante poderosos e endinheirados.
A aquisição, porém, não sairia barata (insira aqui o mesmo gif do Capitain Obvious acima). Segundo os cálculos de Chatterjee, a compra da Netflix provavelmente representaria um gasto de quase 189 bilhões de dólares dos cofres da Apple no atual estado das coisas, ainda mais porque o serviço de streaming vale atualmente 148 bilhões e acumula uma dívida de 7.
Mas por mais exorbitantes que sejam os números, a compra da Netflix aos olhos de Chatterjee seria uma opção ainda muito melhor que a atual criação de um serviço de streaming próprio que a empresa planeja, muito porque o mercado de streaming encontra-se saturado: “Streaming de vídeo, incluindo conteúdo original, é um cenário muito competitivo com casas de mídia já muito estabelecidas e tradicionais competindo agressivamente com novas plataformas por mais e mais assinantes, o que provavelmente dificultaria muito qualquer novo grande serviço a competir com eficácia” afirma.
É bom lembrar, todo este papo da J.P. Morgan é até aqui a mais pura especulação e não se baseia em nenhuma negociação real entre as empresas. Vale apontar, porém, que, além de uma compra dessas não ser uma total loucura em um mundo de WarnerMedia e Disney dona da Fox, nesta segunda (4) em que a matéria da CNBC foi divulgada as ações da Apple e da Netflix fecharam em alta de 2,1% e 2,5%, respectivamente.
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