Por dificuldade de venda, coberturas de Nova York estão sendo divididas em apartamentos menores
Crise do mercado de imóveis de luxo está levando apartamentos que ocupam andares inteiros a serem divididos em múltiplas residências menores para facilitar sua venda
Não é novidade pra ninguém que Nova York tem alguns dos apartamentos mais caros do planeta, e as coberturas de Manhattan certamente estão entre os principais empreendimentos da cidade. O que ninguém esperava é que, mesmo com a região sendo uma das cidades mais cobiçadas do mundo, algumas dessas coberturas carecessem de interessados em adquiri-las.
E os motivos são obviamente os preços exorbitantes. Em 2018, 58,6% dos apartamentos luxuosos de Manhattan – avaliados em U$ 4 milhões ou mais – foram vendidos com descontos, o que indica uma redução na busca por imóveis tão valorizados que obriga os donos dos empreendimentos a procurar alternativas para negociar os apartamentos.
Os detentores dos imóveis, então, já começam a movimentar-se para tornar seus apartamentos novamente atrativos para o mercado imobiliário. A solução é, dadas as circunstâncias, um pouco inusitada: algumas coberturas estão sendo divididos em múltiplos apartamentos menores e mais baratos.
O prédio mais alto da cidade, uma cobertura localizada no 95º andar na rua 432 Park Avenue, custava U$ 82 milhões e ocupava todo o andar. Em dezembro de 2018, porém, o espaço foi listado para venda como dois apartamentos diferentes: duas coberturas gêmeas de aproximadamente U$ 40 milhões cada.
O Real Deal, que lista os empreendimentos à venda de Nova York, observou que essa divisão de apartamentos é uma estratégia ainda pouco utilizada mas que, se bem sucedida, pode se tornar uma tendência. Em 2016, uma cobertura de U$ 80 milhões de dólares também foi dividida em dois apartamentos menores, de U$ 31 milhões e U$ 48 milhões. Na ocasião, a estratégia funcionou e ambos os apartamentos foram vendidos.
Resta observar para saber se a aceitação de espaços menores e, portanto, mais baratos se tornará uma tendência entre os imóveis de luxo. Entre a classe média de Nova York, já é comum a cultura de ocupar apartamentos menores para economizar dinheiro já que a cidade é uma das cidades mais caras para se viver, mas ver este tipo de escolha chegar às classes mais ricas da cidade é algo inteiramente novo.
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