- Cultura 29.jan.2019
A homenagem do Weezer à cultura pop com “The Teal Album”, um álbum feito só de covers
Seguindo o "zeitgeist" de remakes, o Weezer apostou em um álbum leve e agradável, só de covers, e que deixará o próximo karaokê mais interessante
A cada semana, a sensação é que nossas redes sociais são invadidas com anúncios de um novo live action da Disney ou imagens do remake de algum filme que fez sucesso (ou nem tanto) décadas atrás, mas que o hype pede por uma nova versão. No mundo da música, a nostalgia não é diferente, como mostra o sucesso do clipe “thank you, next”, de Ariana Grande, um ode aos filmes da década 2000. Nesse contexto, o Weezer se vale do zeitgeist e lança “The Teal Album”, um disco só de covers. E fez muito que bem!
É claro que em se tratando de Weezer, podemos encarar o trabalho como um grande deboche. A primeira faixa do disco, “Africa”, foi gravada pela banda em maio do ano passado, depois de tanto um fã pedir o cover através de um perfil no Twitter.
A própria relação da banda com covers não é novidade e, quase como incentivo para o projeto, a citada versão de “Africa” viralizou, chegando a ficar na 51ª posição da Hot 100 da Billboard – grande feito pra uma banda que não tem sido muito feliz em seus últimos lançamentos, basta forçar a memória e se lembrar do esquecível “Pacific Daydream”, de 2017.
Sendo sátira ou não, busca por um viral ou não, fato é que “The Teal Album” é um completo disco sobre a cultura pop, que passeia por clássicos do Rock como “Paranoid” (que até quem não gosta do gênero sabe que é do Black Sabbath), passando pela farofa sempre bem-vinda do Tears for Fears com “Everybody Wants to Rule the World” e chegando ao Rei do Pop, Michael Jackson, com “Billie Jean”.
Há versões mais fiéis, como a de “Take on Me”, do A-ha, e outras bem mais repaginadas, caso de “No Scrubs”, TLC, que ganhou guitarras pesadas “bem Weezer” sem perder a pegada pop, uma das melhores faixas do disco. E como não citar um dos maiores clássicos do karaokê – “Stand by Me”.
Aliás, karaokê é um bom termo para definir o álbum, afinal, como acontece em uma noite de karokê, você pode até não gostar do rolê, pode até se recusar a cantar com os amigos, mas com certeza vai passar alguns dias cantarolando trechos de músicas ouvidas nessa noite.
Olhando para as escolhas que formam as 10 faixas do disco, é difícil não se perguntar “por quê?”: Por quê essa ou aquela escolha? Há obviedades mais populares que “Mr. Blue Sky”, por exemplo. Mas, apesar de ser um disco de covers, a obviedade não é exatamente presente, o que deixa tudo mais interessante.
Caso você esteja procurando um álbum cheio de profundidade e inovação, realmente, “The Teal Album” não é pra você. Olhe bem para esses “Agostinho Carrara” com um disco de covers: novidade não é a proposta aqui.
Mas, se você quer o prazer de cantar clássicos, quase todos pouco repaginados, e que mantém aquela sensação única de “soltar a voz” a cada refrão, delicie-se. Vale a pena! Ou fique esperando “a próxima banda que vai salvar o Rock”. Choices!
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